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Exames apontam anticorpos em 12 de 14 capivaras analisadas para prevenção a maculosa em Limeira

G1 - com informações do G1

Rastro101
Com informações do G1

19/11/2023 por Redação

Segundo a prefeitura, parque do Jardim do Lago, onde vivem os animais, segue considerado como área de alerta e medidas de controle foram intensificadas. Prefeitura de Limeira realiza sorologia em capivaras
Eduardo Zanzirolamo
Resultado dos exames realizados em capivaras que vivem no Parque Ecológico do Jardim do Lago, em Limeira (SP), para prevenção à febre maculosa, apontou que 12 dos 14 animais examinados possuem anticorpos contra a doença. A análise foi realizada após exigência da Justiça.
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O procedimento, chamado de inquérito sorológico, foi realizado nas capivaras porque elas são hospedeiras do carrapato-estrela, que transmite a doença.
As capivaras com anticorpos já tiveram a doença e não serão mais infectadas, por isso, não apresentam riscos. Já o resultado negativo significa que o animal é suscetível ao contágio.
Segundo a Secretaria de Saúde de Limeira, a pesquisa foi realizada por amostragem, ou seja, em uma parte dos animais que vivem no local, conforme orientação da Secretaria Estadual de Meio Ambiente. No parque, vive um grupo de cerca de 40 capivaras.
Área de alerta
Conforme sorologia e pesquisa acarológica, a área permanece como de alerta. As medidas de controle foram intensificadas. São elas: manutenção da gramado rente ao solo; manutenção de alambrados e de placas de aviso e alerta; aplicação periódica de inseticidas e trabalho de prevenção e orientação junto à comunidade, acrescentou a pasta.
A secretaria informou, também, que o resultado do inquérito sorológico foi encaminhado ao Departamento de Gestão de Fauna (Defau) da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística de São Paulo.
A prefeitura aguarda parecer técnico Secretaria Estadual de Meio Ambiente para novas providências, apontou.
A administração municipal elencou, também, recomendações aos moradores para prevenir a doença:
Evite caminhar, sentar ou deitar em áreas verdes;
Caso precise andar nesses locais, utilize roupas claras, bota, calça comprida (com a barra da calça presa à bota com fita adesiva larga);
Evite manter animais de estimação em áreas suspeitas para infestação de carrapato;
Ao entrar nessas áreas, inspecione seu corpo e do seu animal a cada intervalo de duas a três horas, minuciosamente, à procura de carrapato;
Outra dica é realizar o controle e prevenção de carrapatos nos animais de estimação, seguindo orientação do veterinário.
Limeira registrou, neste ano, duas mortes por febre maculosa, que foram dos únicos dois pacientes que testaram positivo para a doença na cidade em 2023. Uma vítima tem 17 anos e a outra tem 66.
Um total de 44 exames realizados em pacientes com suspeita ainda não tiveram resultado divulgado. Outros 127 quadros suspeitos testaram negativo para maculosa.
A Secretaria ressalta que não há casos até o momento notificados e confirmados na região do Jardim do Lago.
Prefeitura de Limeira começa a fazer manejo de capivaras
Adilson Silveira
Determinação judicial
Os exames aconteceram após exigência da Justiça, que intimou a administração em junho desse ano a comprovar a realização deles. À época, a prefeitura informou que aguardava autorização do governo estadual para fazer o manejo dos animais.
As medidas foram tomadas em uma ação civil pública movida pela Associação de Moradores de Amigos do Jardim Aeroporto contra a prefeitura. Quando ajuizou o processo, em 2018, a associação pedia a remoção dos animais do local.
Após a autorização, em 21 de agosto começou o manejo para captura dos animais. Foi feita a instalação de bretes, que são compartimentos para reter os animais. Na sequência, o local recebeu uma ceva (cana-de-açúcar e milho), como forma de atrai-los para dentro dos bretes.
Para realização dos testes, os animais foram sedados, microchipados e em seguida os veterinários fazem a coleta de sangue para o exame. Após a recuperação da sedação, as capivaras foram novamente soltas na natureza.
Os exames foram encaminhados ao Laboratório de Zoonoses e Doenças Transmitidas por Vetores (LabZoo), da Divisão de Controle de Zoonoses de São Paulo.
Aviso em área com risco de febre maculosa em Limeira
Reprodução/ EPTV
As capivaras podem ser removidas?
O Instituto Pasteur informou que uma resolução conjunta das secretarias estaduais de Saúde e de Meio Ambiente, editada em 1º de julho de 2016, proíbe a remoção dos animais para outras áreas.
Essa normativa descreve as recomendações para o manejo dos animais, que destaca a esterilização das capivaras e a manutenção dos animais no local.
A remoção das capivaras só é permitida quando o local de destino é fisicamente fechado, de forma que impeça que novos animais colonizem a área. Aqueles que forem removidos devem ser abatidos, não sendo permitida a translocação, motivo pelo qual está mantido o entendimento de que a remoção das capivaras não é indicada, afinal, trata-se de animal silvestre, explicou a pasta estadual de Saúde.
No entanto, também conforme a secretaria, é necessário realizar o isolamento por meio de barreiras “cercas”, para impedir o contato desses animais com os frequentadores do parque.
Quais são os locais de risco na cidade?
A Prefeitura de Limeira informou que quando recebe a notificação de casos suspeitos de febre maculosa, a Divisão de Zoonoses realiza a investigação de identificação do local provável da fonte de infecção (LPI) e a técnica do levantamento acarológico.
A administração observa que não há registro de casos de febre maculosa cujo LPI tenha sido o Parque Ecológico do Jardim do Lago.
No entanto, a Secretaria Municipal de Saúde elenca o espaço entre os locais com potencial para a presença do vetor da doença. Confira quais são eles:
Horto Florestal
Propriedades particulares
Área do Jardim Novo Horizonte
Parque Ecológico do Jardim do Lago
Lagoa do Bortolan
Febre maculosa é transmitida por carrapato
Adelcio R Barbosa/ Prefeitura de Contagem/Divulgação
Ações elencadas pela prefeitura contra a doença:
Aplicação de carrapaticida e manutenção das gramíneas e outras espécies de capins com roçagem mecanizada nos parques;
Em locais positivos para a presença do carrapato-estrela são colocadas placas informativas alertando sobre os cuidado e riscos da doença, além das unidades de saúde que devem ser procuradas;
Ações educativas em escolas e outros espaços, com palestras, distribuição de folders e cartazes;
Veiculação dessas campanhas educativas em mídias sociais e encaminhamento de material informativo às unidades de saúde, além de orientações a médicos que prestam o atendimento a pacientes com esses sintomas.
A administração garante que a rede pública e privada de saúde estão orientadas e preparadas para dar o suporte necessário aos pacientes.
Saiba mais sobre a doença
O que é a febre maculosa? Segundo o Ministério da Saúde, a febre maculosa é uma doença infecciosa, febril aguda e de gravidade variável, ou seja: há formas leves e formas graves (com elevada taxa de letalidade). Os sintomas podem ser facilmente confundidos com os de outras doenças que causam febre alta.
O que causa a doença? A doença é causada, no Brasil, por duas bactérias do gênero Rickettsia, e a transmissão ocorre por picada de carrapato. A Rickettsia rickettsii causa a versão grave e é encontrada no norte do Paraná e no Sudeste. A Rickettsia parkeri leva a quadros menos severos e é encontrada em áreas da Mata Atlântica no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, na Bahia e no Ceará.
Quais carrapatos transmitem? No país, são os carrapatos do gênero Amblyomma, principalmente aquele conhecido como carrapato estrela. Mas o ministério alerta que qualquer espécie pode transmitir a febre maculosa, inclusive o carrapato do cachorro.
Dá para transmitir de pessoa para pessoa? Não. A transmissão por contato humano é impossível.
Quais são os principais sintomas? Febre; dor de cabeça intensa; náuseas e vômitos; diarreia e dor abdominal; dor muscular frequente; inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés; gangrena nos dedos e orelhas; e paralisia dos membros que começa nas pernas e vai subindo até os pulmões, causando problemas respiratórios.
Mas e as manchas? O Ministério da Saúde alerta que, com a evolução do quadro, “é comum o aparecimento de manchas vermelhas nos pulsos e tornozelos, que não coçam, mas que podem aumentar em direção às palmas das mãos, braços ou solas dos pés”.
Tem tratamento? Sim, com um antibiótico específico. Ele deve começar imediatamente assim que o médico suspeitar que o paciente está contaminado, antes mesmo da confirmação do resultado do exame.
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