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Preço baixo do chuchu deixa produtores no prejuízo em Santa Maria de Jetibá, no ES

G1 - com informações do G1

Rastro101
Com informações do G1

19/11/2023 por Redação

As chuvas abundantes fizeram com que a safra fosse muito grande, o que baixou o preço do legume. Em alguns casos, não tem compensado nem mesmo colher o chuchu. Colheita do chuchu em Santa Maria de Jetibá, no ES
A safra do chuchu neste ano foi muito farta no Espírito Santo. Apesar da boa notícia, o preço pago pela caixa do legume está bem abaixo do que os produtores gostariam. Em alguns casos, não tem compensado nem mesmo colher o chuchu.
Produtores de Santa Maria de Jetibá, ES, ficam com prejuízos por causa do baixo preço do chuchu
Reprodução/TV Gazeta
Chegamos a pegar a caixa a R$ 60. Neste ano, vendi o ano inteiro entre R$ 10 e R$ 14, no máximo R$ 20. O menor valor foi de R$ 7. Só colhi pra não jogar fora, declarou o produtor Yuri Seibert.
O município de Santa Maria de Jetibá, na região Serrana do estado, é o maior produtor de chuchu do Brasil. São 1.600 hectares de área plantada, com produção anual de 192 mil toneladas.
Chuchu produzido em Santa Maria de Jetibá, ES, tem características que agradam o mercado
Reprodução/TV Gazeta
Características
A cultura do chuchu no município tem safras com intervalos de quatro e dois meses. Do plantio até a primeira colheita, são quatro meses. Depois da poda, são mais dois meses até a segunda safra. Então, a planta é cortada e o plantio recomeça.
Chuchu produzido em Santa Maria de Jetibá, ES, tem características que agradam o mercado
Reprodução/TV Gazeta
O chuchu é um produto que tem baixo valor agregado atualmente. Porém, no ano passado, movimentou cerca de R$ 272 milhões de reais no município, considerando o valor médio da caixa.
No ano passado, o quilo do chuchu foi comercializado na Ceasa a um preço médio de R$ 1,42. Até outubro deste ano, o quilo do chuchu foi vendido a R$ 1,11.
Essa queda de centavos pode representar a diminuição do lucro do produtor, que vê prejuízo em uma lavoura que é muito produtiva.
Chuchu produzido em Santa Maria de Jetibá, ES, tem características que agradam o mercado
Reprodução/TV Gazeta
O chuchu plantado em Santa Maria de Jetibá é de uma variedade verde claro, que tem maior aceitação no mercado por ser mais macio, ter menos espinhos e sulcos mais rasos, o que deixa mais fácil de descascar, além de ser mais resistente a pragas.
Segundo o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), existem poucos estudos sobre o cultivo de chuchu, o que fez com que os produtores de Santa Maria desenvolvessem as próprias técnicas.
Colheita para evitar prejuízos
Na propriedade do Jhonatan Seick, que fica na localidade de Recreio, a colheita não parou. Mas, pelo custo, está sendo feita apenas para que as plantas não desperdicem energia.
Em uma parte da propriedade, a colheita já foi encerrada e foi feita a poda para a próxima safra, que será em janeiro do ano que vem.
Produtor Jhonatan Seick prepara a terra para novo plantio
Reprodução/TV Gazeta
No final do ano, não tem saída. Podamos para janeiro, explicou o produtor.
Renovamos parte das parreiras, fizemos uma poda, elas soltam novos brotos e depois tiramos as folhas secas. Se torna uma barreira renovada. Estamos arando a terra com um tratorzinho para que o pé de chuchu tenha uma saída melhor. Para quando chover, a água não sair e o solo absorver a água melhor, explicou.
O Jhonatan não revela quantas toneladas colheu em 2022, mas diz que produziu mais neste ano que no ano passado. Isso porque o clima foi mais favorável para o chuchu em 2023. Só que a produção menor do ano passado foi mais lucrativa.
Jhonatan Seick colheu mais chuchu, mas teve menos lucro neste ano
Reprodução/TV Gazeta
Colhi 20% a menos do que estou colhendo neste ano. Neste ano, a chuva foi melhor e ajudou na produção. Consegui ter mais retorno no ano passado, colhemos menos mas o lucro foi maior. Neste ano, produzimos bem, mas o preço não ajudou.
Jhonatan e o pai são os maiores produtores de chuchu em Santa Maria. Há mais de 40 anos, trabalham no cultivo do produto. Foi trabalhando para eles, que a família do Yuri conseguiu comprar a própria terra para plantar chuchu.
Preço caiu muito
Durante a pandemia, Yuri chegou a vender a caixa de chuchu a R$ 60. Mas neste ano, chegou a receber oito vezes menos. O Yuri viu a produção cair em relação ao ano passado, o que também aumentou o prejuízo. Com o fim da safra atual, ele vai mudar o modelo de cultivo da lavoura.
O produtor Yuri Seibert quer inovar na plantação para o próximo ano
Reprodução/TV Gazeta
Com muito tempo, a mesma plantação no mesmo lugar, reduz a produção. Agora, faremos um plantio pra toda semana ter um pouco de chuchu, queremos uma safra mais intercalada. O maior desejo é ter uma boa produção com um bom preço. Espero que no ano que vêm dê certo, já cortamos as parreiras pro verão, estimou o produtor.
Mesmo assim, a expectativa dos produtores é que 2024 seja um ano bom pro chuchu.
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