Vida tão difícil sem água para fazer as coisas, para beber, diz moradora. Segundo governo federal, 20 municípios do Pará decretaram situação de emergência por causa da estiagem e da seca; FOTOS. Marajó tem seca intensa e rios secando
Edenilton Marques/TV Liberal
Moradores do Marajó enfrentam problemas com a seca na Amazônia. Comunidades entre as cidades de Chaves e Santa Cruz do Arari, por exemplo, estão sem água. Além de rios secando, animais morreram, incluindo jacarés, búfalos, cobras e peixes. Os governos federal e estadual acompanham a situação.
Seca atinge comunidades e a fauna da Ilha de Marajó, no Pará
Uma vida tão difícil sem água para fazer as coisas, para a gente beber, para as crianças beberem, até para os animais está difícil, lamenta a moradora Aurilene Alato Lima.
Ao menos 20 municípios paraenses tiveram reconhecimento federal de situação de emergência devido à estiagem e um por causa da seca. O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) anunciou repasse de recursos. A baixa de rios ameaça também a navegabilidade.
Marajó tem seca intensa e animais morrendo
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Entre os meses de julho e dezembro, o rios da região costumam baixar, mas o que seria comum se tornou uma das piores estiagens já enfrentadas por quem vive no Marajó. Na área não chove há 4 meses.
Na comunidade de Mocoões, onde vivem aproximadamente 400 famílias não existe água encanada e os reservatórios feitos pelos moradores estão quase vazios.
A comunidade tem três cisternas públicas para abastecer a comunidade e esta semana, apenas uma delas está com água: em outra, a água virou lama e a terceira secou.
Seca intensa atinge Amazônia, incluindo Marajó
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A dona de casa Aurilene Alato Lima, por exemplo, retira água da cisterna que sobrou. Ela anda com baldes até a casa onde mora com mais 11 pessoas. Mesmo assim, a água é suja e a família usa uma solução para limpá-la antes de beber.
A gente tira com balde dali do poço para lavar roupa. Para beber, a gente ainda cata na outra rampa, mas só que já está ficando suja e está secando a outra, disse.
Famílias do Marajo enfrentam problemas com a água
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Há quem vive há 30 anos e diz nunca ter visto seca tão intensa. Áreas que costumam estar alagas estão totalmente secas, como conta o vaqueiro Reginaldo Feitosa dos Santos.
Aqui nessa área estamos na época do inverno, aqui ninguém toma pés. Aqui é cheio de capim, que você tá vendo esse capim, ele fica em cima dágua. Aí quando a água vai baixando, ele vai até chegar no barco. É tudo alagado isso aqui, diz.
Peixes também estão morrendo por conta da baixa de rios no Pará
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A estiagem mudou o cenário e os hábitos dos moradores. O que hoje é campo seco, em outras épocas do ano é rio.A situação preocupa moradores e servidores que dão assistência à comunidade.
Esperamos que as autoridades tenham uma providência, porque eu mesmo não sei nem o que dizer se acabar o último reservatório, afirma o agente comunitário de saúde Júnior Gonçalves.
A Defesa Civil estadual informou que o Governo do Estado monitora a situação e quem tem dado apoio aos moradores.
O município de Chaves recebeu ajuda humanitária com alimentos e água potável. Técnicos da Defesa Civil Estadual visitam das cidades atingidas pela estiagem dos rios, em ações conjuntas com as prefeituras, para adoção de medidas emergenciais, informou ainda em nota, sem detalhar as medidas adotadas e em quais cidades.
Com seca no Marajó, até cobras morreram
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