Novembro é conhecido como mês de transição do verão amazônico para o inverno, mas, por causa da crise climática, a previsão é que a estação só comece em dezembro. Chuva em Manaus
William Duarte/Rede Amazônica
A estação chuvosa do Amazonas deve começar apenas no início de dezembro. De acordo com o Governo do Amazonas, um levantamento do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) apontou que o fenomeno El Niño e as queimadas na região amazônica impedem a formação de nuvens de chuva.
Onda de fumaça se torna mais densa sobre Manaus e fenômeno já dura uma semana; FOTOS
Atualmente, o Amazonas vive uma grave crise ambiental com queimadas e uma seca histórica que deixou todos os municípios do estado em emergência. Com a falta de chuva, a situação na região é agravada.
Em outros anos, novembro é conhecido como mês de transição do verão amazônico para o inverno, mas, por causa da crise climática que a região vem enfrentando, a previsão é que a estação só comece em dezembro.
De acordo com levantamento do Inpa, a estação chuvosa ainda pode ser afetada pela continuidade do El Niño, reduzindo o desenvolvimento vertical de nuvens e os volumes de precipitação, o que pode resultar em um período de chuvas abaixo da climatologia da região.
Onda de fumaça que encontre Manaus se torna mais densa.
Matheus Castro/g1
Atualmente, cidades amazonenses são encobertas por uma onda de fumaça das queimadas. A qualidade do ar no estado é uma das piores do mundo.
Imagens do satélite GOES-16, fornecidas pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA), mostraram que fluxo de ventos tem trazido o material particulado em suspensão para a Região Metropolitana de Manaus, que tem encontrado dificuldades em se dispersar devido à ausência de chuvas e calor intenso na região, potencializados pelo El Niño severo deste ano.
“Podemos verificar por imagens dos satélites que todos os municípios, que sofrem influência do Rio Amazonas, que serve como um corredor de fluxo de ventos, até chegar a Manaus, têm sido impactados pela fumaça mesmo sem ter focos de incêndios registrados”, explicou o secretário de Meio Ambiente do Amazonas, Eduardo Taveira.
Segundo o governo do Amazonas, a massa de calor sobre Manaus deve continuar a interferir na qualidade do ar para os próximos dias, uma vez que partículas de fumaça têm encontrado dificuldades em se dispersar nessas condições.
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