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Sócia de imobiliária investigada por desvios de valores desacata policiais e terá de usar tornozeleira no RS

G1 - com informações do G1

Rastro101
Com informações do G1

25/10/2023 por Redação

Uma das sócias da Imobiliária Menino Deus chegou a ser presa por desacato na manhã desta quarta-feira (25). Imobiliária é investigada por lesar condomínios que administra em Porto Alegre
Reprodução/RBS TV
Em cumprimento de mandados na investigação sobre desvio de valores por parte de uma imobiliária de Porto Alegre, uma das sócias foi detida por desacatar os agentes da Polícia Civil, nesta quarta-feira (25). Ela teria proferido palavras de baixo calão quando os policiais entraram na casa dela para cumprir as ordens judiciais.
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A empresária Nadia Vieira Schalemberger ficou durante 1h30 na delegacia, assinou termo circunstanciado e foi liberada. Ela terá de usar tornozeleira eletrônica.
De acordo com as investigações, 188 supostas vítimas da Imobiliária Menino Deus, sediada no bairro de mesmo nome, foram identificadas, com um prejuízo estimado em cerca de R$ 7,2 milhões.
Com as movimentações identificadas pela Polícia Civil, a Justiça determinou o bloqueio de R$ 5,2 milhões em imóveis e carros de Nadia e outras duas sócias da empresa.
A Polícia Civil chegou a solicitar a prisão preventiva da empresária, mas o pedido foi negado pela Justiça. A empresária teve o passaporte apreendido e está proibida de deixar Porto Alegre. No apartamento de Nadia, foi encontrado um comprovante de transferência de R$ 1 milhão para uma empresa do segmento de loterias.
Os mandados de busca e apreensão foram emitidos contra as três sócias, além de dois funcionários. Foram recolhidos seis celulares e centenas de documentos, segundo a Polícia Civil.
Apuramos até o momento que uma das sócias somente no último ano comprou joias no valor de R$ 300 mil pela internet e que essa compra foi com o dinheiro desviado da imobiliária. Outra sócia comprou um apartamento avaliado em R$ 1,2 milhão e colocou no nome das filhas, diz o delegado Vinicius Nahan, que coordena as investigações.
Nahan acrescenta que uma das sócias também comprou uma cobertura avaliada em R$ 3,2 milhões.
O que nós buscamos é o bloqueio desses bens para que eles não possam ser negociados ou vendidos para terceiros, e que posteriormente venham a subsidiar o ressarcimento dessas vítimas, justifica o delegado.
Ordens judiciais foram cumpridas na investigação de sócias de imobiliária
Reprodução/RBS TV
Dois funcionários teriam feito parte do esquema
Outra novidade nos trabalhos da Polícia Civil foi a descoberta da participação de dois funcionários da imobiliária que fariam parte do esquema liderado pelas sócias. Eles supostamente inseriam no sistema de pagamentos notas fiscais frias de serviços que teriam sido prestados, como uma manutenção de elevador, por exemplo.
As sócias-administradoras carimbavam as notas e autorizavam o pagamento. O dinheiro, então, seria sacado do caixa e repassado para as contas pessoais das sócias; outra parte ficava com os dois funcionários e os prestadores de serviços ou fornecedores ganhavam uma gratificação pela emissão da nota fiscal.
Depois, para que o esquema não fosse descoberto, os funcionários excluíam a nota fiscal da contabilidade e do sistema de pagamentos.
Esta engrenagem teria funcionado durante dois anos e o rombo no caixa da imobiliária aumentou. O pagamento das despesas de dezenas de condomínios passou a atrasar, fazendo com que o número de condomínios lesados chegasse a 188 na Capital.
O g1 RS e a RBS TV entraram em contato com a defesa das sócias da imobiliária, mas não teve retorno até a publicação desta reportagem.
A defesa de Sueli Gonzales, que alega ter deixado a empresa em março deste ano, mas também foi alvo da operação, se manifestou dizendo que a cliente está tranquila e que foi a própria cliente que procurou o Judiciário antes que o escândalo viesse à tona.
O funcionamento do esquema liderado pela imobiliária, de acordo com a Polícia Civil
Reprodução / RBS TV
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