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Dia dos Professores: conheça histórias de quem herdou da família a paixão pela sala de aula

G1 - com informações do G1

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Com informações do G1

15/10/2023 por Redação

O g1 conversou com profissionais que trazem o amor pela profissão de dentro de casa Em homenagem ao Dia dos Professores, celebrado neste domingo (15), o g1 conversou com profissionais que trazem o amor pela profissão a partir de exemplos de dentro de casa. São docentes que aprenderam com outras gerações a importância de alimentar os sonhos diante dos desafios da docência.
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Quatro gerações em sala de aula🎓
Ana Carolina Pondé, 27 anos, é doutoranda em Odontologia e Saúde na Universidade Federal da Bahia (UFBA) e cresceu rodeada de exemplos. Ela representa a quarta geração da família que decide abraçar a carreira docente.
Ana Carolina é neta de Consuelo Pondé, historiadora e professora da Universidade Federal da Bahia (Ufba), e de Plínio Garcez de Sena, professor da Faculdade de Medicina da Ufba. O bisavô de Carolina, Edístio Pondé, foi professor de Neurologia na mesma faculdade.
Desde criança sempre vi e participei de momentos de prestígio de minha avó ou de meu pai. Cresci nesse ambiente acadêmico e acho que foi muito natural querer seguir esse caminho. Durante a graduação, me envolvia muito em atividades de pesquisa e de ensino, o que só confirmou o desejo, conta.
Ana Carolina Pondé, doutoranda pela UFBA
Acervo pessoal
O pai de Ana Carolina, Eduardo Pondé de Sena, de 57 anos, é professor há 30 anos no Instituto de Ciências da Saúde da Ufba. Ao g1, ele contou que a família foi decisiva na escolha da carreira.
A inspiração veio das linhagens materna e paterna. Pai, mãe, avô, tias e tios eram docentes do ensino superior nas áreas de medicina, direito e ciências humanas. Havia também na família professores do ensino fundamental, médio e técnico. Tias maternas foram professoras e proprietárias de escola de ensino primário e ginásio, recorda.
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Eduardo Pondé de Sena, professor da UFBA
Reprodução/Redes sociais
Professor Eduardo diz que o espaço onde cresceu foi fundamental para projetar a própria personalidade: Era um ambiente propiciador de reflexões e questionamentos, comenta.
Sobre o legado que nasce dentro de casa, ele garante que nunca pensou em direcionar os filhos para seguirem sua carreira, e conta que isso aconteceu de maneira espontânea.
Para mim é edificante ver esse legado acontecer. Jamais os forcei a direcionar-se para suas carreiras e para seus gostos pelo ensino, pesquisa e extensão. Mas as coisas seguem curso natural. Talvez percebessem em mim o meu entusiasmo e dedicação ao ensino. Creio que isso tem influência.
Para Ana Carolina, as referências do pai e dos avós continua importante nos passos que dá na profissão. Principalmente a dedicação e o amor pela vocação de ensinar.
Me inspiro muito neles para trilhar meus passos, galgar sucesso e realizações. É muito gratificante na vida de professor ver de perto os frutos do trabalho com alunos prosperando e melhorando, finaliza.
Caminhos que se encontram ✏️🎵
Nem sempre o desejo de assumir a profissão dos pais surge cedo na vida de quem é filho de professor. Neemias Santos, 41 anos, é músico e professor que hoje mora em Lubbock, no Texas (Estados Unidos), e conta que frequentemente dizia à mãe, também professora, que não seguiria os passos dela.
Sempre dizia que a última opção na minha lista de profissões era ser professor. Minha mãe saía de casa às 6h e chegava em casa depois das 22h30. Eu não queria aquilo.
Neemias Santos, professor de música no Texas, EUA
Reprodução/Redes sociais
Entretanto, as escolhas profissionais e acadêmicas que fez acabaram conduzindo à sala de aula.
Minha formação básica é de músico instrumentista e artista. Por sempre querer melhorar no que faço, passei muito tempo na universidade estudando. Então, depois de muito tempo na academia, aconteceu a oportunidade de dar aula, algo que não fazia parte dos planos.
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Filho de uma professora universitária, Neemias se viu exercendo o mesmo papel da mãe. Hoje, além de ensinar violoncelo e baixo a alunos do high school (o equivalente ao nosso ensino médio), ele também dá aulas de orquestra em duas escolas, da 6ª à 8ª série.
Minha relação com a trajetória de minha mãe, sem planejamento nenhum, foi bastante semelhante, comenta, após lembrar que ambos começaram a trabalhar e, em seguida, buscaram meios de aprimorar o saber para atuação como mestres.
Com 45 anos de carreira docente na área de Letras e hoje aposentada, a professora Arlete Santos, mãe de Neemias, considera que o mais bonito da profissão é a conexão que se estabelece na sala da aula.
A relação entre aluno e professor é uma das coisas que trago com mais carinho. Minha maior alegria é quando vejo ex-alunos em sala de aula fazendo bem o que fazem , diz.
Professora Arlete Santos
Acervo pessoal
Família unida pela história 👪
Pedro Uzêda, 29 anos, é professor de história na rede privada de Salvador. Ele conta que a inspiração veio dos pais, que também são docentes da mesma disciplina.
É a história da família: meus pais são professores, meus tios também, mas a maior influência vem dos meus pais. Cresci rodeado por livros de história e debatendo história no café da manhã e no almoço. Não houve um dia específico em que decidi ser professor, isso sempre me acompanhou.
Pedro Uzêda, professor de história
Acervo pessoal
Pedro diz que entendeu que era esse o caminho que seguiria, não só por ser algo próximo de sua realidade, mas por acreditar na profissão como um caminho de transformação da sociedade.
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A gente não só dá aula, mas também aprende que a juventude traz outras coisas, outras visões. Então, é um ambiente muito rico, plural e diverso. Acho que, por tudo isso, acabei indo para esse caminho.
Pedro afirma que não existe um DNA de professor, mas que acontece um processo de construção. Antes eu falava: está no sangue a vontade de ser professor. Hoje vejo que não existe esse DNA de professor, o que existe é o processo. Desde pequeno via meus pais dando aula, os desafios, as dificuldades. Esse processo me formou, carrego meus pais comigo mas tenho outra trajetória.
Carrego os nomes dos meus pais 📚
Os desafios e dificuldades, dizem os professores, existem e se reinventam todos os dias, sendo um erro romantizar a profissão, com suas rotinas pesadas e processos difíceis.
Para as gerações mais novas, parece ser difícil encontrar alunos que mostrem interesse em seguir a carreira dos mestres. Pedro Uzêda, por exemplo, diz que é comum ouvir perguntas sobre por que decidiu ser professor ou como teve coragem de abraçar a profissão.
É muito difícil algum aluno falar: Ah, eu quero ser professor também. O aluno reconhece que é um ambiente árduo e, nesse momento em que ele está se construindo, existe esse afastamento.
Embora observe esse processo, Pedro acredita que nunca é tarde para abraçar a sala de aula.
Pode ser que existam futuros médicos, jornalistas, engenheiros, advogados e também futuros professores na minha aula. Pessoas que não tenham despertado para isso e só vão saber depois. Todo dia que vou pra sala de aula, de maneira consciente e inconsciente, carrego os nomes dos meus pais, afirma Pedro Uzêda.
A admiração pelos educadores da família se torna mais que um modelo para a carreira, como explica Neemias.
Sempre admirei a carreira de minha mãe, sempre admirei a busca dela pela excelência. Nesses meus 12 anos de sala de aula, tento seguir esses passos, diz.
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