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Entenda como funciona primeiro ambulatório para idosos LGBTQIA+ do Brasil

G1 - com informações do G1

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Com informações do G1

08/10/2023 por Redação

Atendimentos são feitos com agendamento no Hospital de Clínicas da Unicamp. Professor explica que iniciativa surgiu para quebrar tabu duplo em relação à sexualidade na 3ª idade. Participante ajuda a carregar uma bandeira colorida do orgulho LGBT durante marcha em Varsóvia, na Polônia
Alik Keplicz/AP
O Hospital de Clínicas da Unicamp, em Campinas (SP), é o primeiro do Brasil a oferecer um ambulatório exclusivo para idosos LGBTQIA+. Ao g1, o médico e professor de geriatria André Fattori explicou como funciona o atendimento e por que o acolhimento é essencial para quebrar um “tabu duplo” em relação à sexualidade na terceira idade.
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O especialista destacou que o ambulatório foi criado como um espaço para que o paciente não sinta constrangimento para falar sobre questões que, às vezes, não se sente à vontade para tratar em outros serviços de saúde, como hábitos de vida, parceiros sexuais e prevenção.
“Existe um tabu duplo, porque a gente não fala de sexualidade da pessoa velha, e não fala da sexualidade LGBT porque tem medo, tem esse preconceito. Por exemplo, uma pessoa que atendi esses dias me falou da chacota. Usou esse termo, para não ser chacota. A gente quer garantir um espaço em que eles se sintam à vontade, se sintam protegidos”, diz Fattori.
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Dinâmica dos atendimentos
Atualmente, o ambulatório conta com três médicos geriatras. As consultas ocorrem sempre às sextas-feiras pela manhã, mas é necessário fazer agendamento com antecedência pelo telefone (19) 3521-7878 ou pelo WhatsApp (19) 99996-8678.
🩺 Na data agendada, os pacientes passam por exames como:
Avaliação de perda de memória;
Exame de próstata;
Teste de glicemia;
Aferição de pressão arterial;
Avaliação de instabilidade postural e quedas;
Avaliação psicológica.
Além disso, mulheres lésbicas e homens trans, por exemplo, podem ser encaminhados a especialistas do Hospital da Mulher (Caism). No caso de pacientes com questões de saúde mental, há também o apoio de profissionais do ambulatório de psiquiatria do HC, destaca Fattori.
“Importante é salientar que não é um ambulatório exclusivamente para homens gays, mas para todo o segmento LGBTQIA+, e que ele tem a intenção de tratar tanto pessoas do sexo biologicamente masculino como feminino, mas com a atenção, o cuidado, e o afeto que qualquer segmento merece”.
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Fachada do HC da Unicamp, em Campinas
Antoninho Perri/Unicamp
Momento de transição
O médico destaca que o ambulatório se faz necessário por conta do “momento de transição” e maior aceitação da sociedade em relação a temas como orientação sexual e identidade de gênero. Há, ainda, os reflexos históricos do preconceito, que tornam o acolhimento à população LGBTQIA+ ainda mais importante.
“Tivemos os baby boomers, a liberdade sexual que vem do período pós-guerra. As pessoas estão chegando à idade avançada agora, e no meio do caminho ainda teve uma pandemia de aids, que matou muita gente. A gente está aprendendo a lidar com pessoas idosas do grupo LGBT agora”, pontua.
Médico e professor de geriatria André Fattori, do HC da Unicamp
André Fattori/Arquivo pessoal
Serviço
Ambulatório para idosos LGBTQIA+
Atendimentos: sempre às sextas-feiras, no período da manhã
Agendamento: pelo telefone (19) 3521-7878 ou pelo WhatsApp (19) 99996-8678
Endereço: Hospital de Clínicas da Unicamp - Rua Vital Brasil, 251 - Cidade Universitária - Campinas
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