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Justiça torna réus o ex-presidente da Cohab e parentes por desvios milionários na companhia em Bauru

G1 - com informações do G1

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Com informações do G1

05/10/2023 por Redação

Edison Gasparini Júnior foi presidente da Cohab por quase 20 anos, período em que é acusado do e desviar R$ 54 milhões. Desvios foram descobertos durante a Operação João de Barro Gaeco. ex-presidente da Cohab de Bauru foi condenado em ação civil pública
Reprodução/TV TEM
O ex-presidente da Companhia Habitacional de Bauru (Cohab), Edison Gasparini Júnior, mais três pessoas da família e um funcionário dele se tornaram réus por lavagem de dinheiro e outros crimes.
A decisão é do juiz Fábio Bonini, da 4ª Vara Criminal de Bauru, que aceitou a denúncia ajuizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado.
Esse é mais um desdobramento da operação que investiga o suposto desvio de mais de R$ 54 milhões dos cofres da Companhia Habitacional de Bauru, que foi presidida por Gasparini durante quase 20 anos.
Na decisão se tornaram réus, além de Gasparini, a esposa e a filha dele, Izabel e Mariana Gasparini, a sogra, Maria Giacometo, além do ex-diretor financeiro da companhia, Paulo Gobbi e um funcionário da fazenda da família Gasparini, Cleberson Rocha.
Todos vão responder pelos crimes de lavagem de dinheiro, ocultação de patrimônio e organização criminosa e são acusados de terem responsabilidade, direta ou indiretamente, sobre o desvio milionário.
O processo tramita sob segredo de Justiça, mas a TV TEM teve acesso a parte das informações. A ação do MP é um desdobramento da Operação João de Barro, deflagrada em dezembro de 2019.
Gasparini Jr. e mais três familiares se tornam réus por lavagem de dinheiro
A decisão
Na decisão, o juiz diz que “poderiam os acusados ter usado qualquer outro pretexto, como quitar dívidas de aluguéis, combustíveis, alimentação ou qualquer coisa que o valha, mas o objetivo do comportamento criminoso era, segundo o MP, um só: desviar dinheiro da Cohab”, diz o texto.
“Conclui-se, portanto, que a denúncia expôs, com clareza e à saciedade, os fatos que configuram as infrações penais atribuídas aos réus, permitindo-lhes exata compreensão de toda a acusação, de forma a lhes proporcionar o exercício da ampla defesa, completa.
O juiz também descartou que houve vícios na condução do inquérito criminal do Ministério Público e já foram marcadas as primeiras audiências de instrução. Elas começam dia 22 de abril de 2024 com as testemunhas de acusação. Em seguida são ouvidas as testemunhas de defesa e os réus.
Defesa de Gasparini
Em nota, o advogado Leonardo Magalhães Avelar, que defende a família Gasparini, informou que a denúncia possui graves falhas técnicas sobre o conceito de lavagem de dinheiro e é totalmente contrária ao entendimento dos tribunais superiores”.
“Os acusados estão com a serenidade oriunda da certeza de sua inocência e interessados em uma resolução rápida do processo, assim como ocorreu nos outros cinco procedimentos criminais já arquivados sobre fatos correlatos, completa.
A TV TEM não conseguiu contato com o ex-diretor da Cohab, Paulo Gobbi, e com o funcionário da fazenda de Gasparini, Cleberson Rocha.
Desvios na Cohab
Gaeco faz operação para combater desvio de dinheiro público na Cohab de Bauru
Giuliano Tamura/TV TEM
A Cohab vive momentos turbulentos após escândalo revelado pela Operação de João de Barro, que investiga desvios de mais R$ 54 milhões da companhia, que teriam ocorrido entre os anos de 2007 e 2019.
Durante esse período, as parcelas de uma dívida milionária da companhia não foram pagas, inflando o saldo devedor, que chegou na casa de R$ 1,7 bilhão. Após rodadas de negociação, a Prefeitura de Bauru e a Caixa Econômica Federal firmaram acordo para reduzir o valor.
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A operação, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, apreendeu mais de R$ 1,6 milhão em dinheiro na casa do ex-presidente da companhia, apontado como o operador do esquema. Em dezembro, a Justiça concedeu a liberação deste dinheiro que estava depositado em juízo.
Neste processo, o ex-presidente da companhia, Gasparini, e o ex-diretor administrativo, Gobbi, respondem criminalmente, caso em que a pena de reclusão é solicitada pelo MP.
O processo do Ministério Público está em andamento na Justiça.
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