Mais da metade das cidades do AM entram em situação de emergência devido à seca severa

Vazante afeta mais de 257 mil pessoas no estado e tem provocado deslizamentos de terra, morte de animais e o esvaziamento de rios. Seca 2023 no Distrito de Cacau Pirera, em Iranduba, no Amazonas
Alexandro Pereira/ Rede Amazônica
Em 24 horas, mais da metade dos municípios do Amazonas entraram em estado de emergência, por causa da seca severa. A vazante, que afeta mais de 257 mil pessoas no estado, tem provocado deslizamentos de terra, morte de animais e o esvaziamento de rios.
Os dados constam no boletim da estiagem divulgado pelo Governo do Amazonas. Até as 17h desta quarta-feira (4), o estado somou 40 municípios em situação de emergência, 19 cidades em alerta, 1 em atenção e 2 em normalidade.
Nesta quarta-feira (4), o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, sobrevoou áreas afetadas pela seca no Amazonas. Na visita ao estado, ele anunciou a antecipação do Bolsa Família a municípios em emergência e a liberação de outros benefícios às famílias.
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Rede Amazônica
Confira os detalhes do boletim
Cidades em emergência
Maués, Atalaia do Norte, Benjamin Constant, Humaitá, Amaturá, São Paulo de Olivença, Santo Antônio do Içá, Tonantins, Tabatinga, Manaus, Manaquiri, Iranduba, Envira, Itamarati, Eirunepé, Ipixuna, Tefé, Coari, Jutaí, Maraã, Uarini, Alvarães, Fonte Boa Pauini, Boca do Acre, Rio Preto da Eva, Urucará, Caapiranga, Autazes, Nova Olinda do Norte, Lábrea, Guajará, Anamã, Anori, Borba, Japurá, São Gabriel da Cachoeira e Careiro da Várzea.
Cidades em alerta
Careiro, Codajás, Manacapuru, Novo Airão, Santa Isabel do Rio Negro, Barcelos, Tapauá, Beruri, Manicoré, Novo Aripuanã, Carauari, Juruá, Barreirinha, Boa Vista do Ramos, Nhamundá, São Sebastião do Uatumã, Parintins, Itacoatiara, Silves, Itapiranga e Urucurituba.
Cidades em atenção
Canutama.
Cidades em normalidade
Presidente Figueiredo e Apuí.
Morte de botos
Temperatura em lago chega a 40ºC em dia com pico de morte de botos; instituto soma 127
Segundo pesquisadores, a seca tem elevado a temperatura do Lago Tefé, no interior do Amazonas, o que pode ter sido um dos fatores que provocou a morte de mais de 125 botos.
O Grupo de Pesquisas em Mamíferos Aquáticos Amazônicos do Instituto Mamirauá constatou que a temperatura da água chegou a 40ºC no dia de pico de mortes.
Tragédia em Beruri
Comunidade engolida no Amazonas – entenda por que acontecem desmoronamentos na região
A seca extrema que atinge o estado pode ter agravado o desmoronamento de terra que fez uma vila inteira desaparecer do mapa no interior. O fato aconteceu no sábado (30).
Segundo os bombeiros, 45 casas desabaram e foram arrastadas para dentro do rio que banha o vilarejo, duas pessoas morreram e outras três seguem desaparecidas.
Autoridades sabiam desde 2014 sobre risco de desabamento em comunidade engolida no AM
VÍDEO mostra deslizamento de terra antes de barranco engolir vila no interior do Amazonas
Os deslizamentos de terra são comuns na Região Norte e têm até nome: terras caídas.
Mudança drástica
O fenômeno terras caídas está obrigando uma comunidade de Manacapuru, no Amazonas, a mudar as casas de lugar. Um vídeo, feito na terça-feira (3), mostra moradores carregando uma residência de um local para outro.
Com seca, fenômeno terras caídas obriga comunidade a mudar casas de lugar no Amazonas
A comunidade Canabuoca decidiu mudar as casas de lugar depois de sofrer os impactos da seca severa que atinge o Amazonas este ano.
Segundo a Defesa Civil de Manacapuru, o fenômeno terras caídas vem afetando o lugar, e algumas casas já foram retiradas do local e recolocadas para a área de trás da comunidade. Não há registro de acidades no local.
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