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Mais de 10 mil filhotes de tartaruga nasceram em praias do sul da Bahia entre 2022 e 2023, aponta programa de monitoramento

G1 - com informações do G1

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Com informações do G1

30/09/2023 por Redação

Número corresponde a última temporada reprodutiva, entre setembro de 2022 e abril deste ano, em cerca de 35 km das praias do sul do estado. Cerca de 11 mil tartarugas nasceram na última temporada no sul da Bahia
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Cerca de 11 mil filhotes de tartaruga nasceram nas praias do sul da Bahia na última temporada reprodutiva, entre setembro de 2022 e abril deste ano. De acordo com o Programa de Monitoramento de Quelônios da Veracel, empresa que acompanha 35 km das praias da região, 222 ocorrências reprodutivas foram registradas neste período.
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Conforme detalhou a empresa, a estimativa de filhotes nascidos nesta temporada é menor que a última. Entre 2021 e 2022, foram contabilizados cerca de 14 mil nascimentos na região. Apesar do número menor, a diferença é considerada dentro da expectativa para o período reprodutivo.
O número de filhotes registrados nesta temporada corresponde a três espécies de tartaruga marinha: cabeçuda, oliva e verde. A maior quantidade dos filhotes foi de tartarugas-cabeçuda, seguido das olivas, espécies que estão na lista nacional de espécies ameaçadas de extinção.
Ninhos de tartarugas que correm risco são mudados de lugar pela empresa
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Segundo Juliede Nonato Neves, veterinária responsável pela operação do Centro de Reabilitação de Tartarugas Marinhas da Veracel Celulose, as principais áreas de desovas no Brasil ficam nos estados do Nordeste e no norte do Espírito Santo.
Ao todo, mais de 18 mil ovos foram colocados no sul da Bahia neste ano, mas nem todas as tartarugas sobreviveram. Essa diferença entre o número de ovos colocados e o de nascimento se dá por dificuldades naturais, perdas ocasionadas pela maré e por predadores, por exemplo.
Segunda a veterinária, ao desovar, as fêmeas procuram parias desertas, com faixa de areia ampla, sem iluminação artificial e veículos, características comuns de praias no sul da Bahia. Normalmente, elas esperam anoitecer para colocar os ovos.
As tartarugas marinhas são animais ectotérmicos, ou seja, a temperatura corpórea varia conforme a temperatura ambiente, e por isso a exposição prolongada ao sol e calor da areia podem prejudicar a saúde delas. Além disso, a escuridão da noite as protegem de vários perigos, afirmou Juliede Nonato Neves.
Filhotes de tartaruga são encontrados em calçadão na BA; iluminação desorientou animais
Os ovos ficam enterrados e, normalmente, os filhotes também nascem durante a noite, devido ao resfriamento da areia.
Nessa hora, também são menores as chances deles serem atacados por predadores. Eventualmente, num dia nublado ou chuvoso, pode ocorrer o nascimento durante o dia. Para chegar ao mar, os filhotes se orientam pela luminosidade do horizonte, explicou.
Tartarugas normalmente nascem durante devido a temperatura da areia
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Como é feito o monitoramento
O programa de monitoramento da Veracel é baseado no acompanhamento dos ninhos feitos pelas tartarugas e segue as diretrizes do Centro TAMAR/ICMBio.
Os animais cavam ninhos na areia das praias da região e depositam os ovos. Esses pontos são avaliados pelos funcionários da empresa, que podem trocar o ninho de lugar caso o local escolhido pela mãe represente o risco para os filhotes.
Nesta temporada, foi preciso transferir 25 dos 164 ninhos para locais mais seguros. Segundo a veterinária Juliede Nonato, caso os banhistas encontrem as fêmeas durante a desova, não é indicado fazer nenhum tipo de aproximação, para que não haja interrupção no processo
Tartarugas e ninhos de filhotes são monitorados pelo programa
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Além disso, não é indicado fazer nenhuma mudança do local dos ovos. Ao ver os animais nascendo, é importante deixar que eles façam o deslocamento sozinhos até a água.
Também é importante não tirar fotos com flash ou apontar qualquer tipo de luminosidade caso o flagrante ocorra a noite, disse.
O projeto de monitoramento da Veracel conta com um Centro de Reabilitação de Tartarugas Marinhas no Terminal Marítimo de Belmonte, também no sul do estado.
O local permite um atendimento rápido e especializado para as tartarugas feridas e também será habilitado para diagnosticar as causas de mortes dos animais. Depois de tratadas, as tartarugas serão reinseridas no meio ambiente.
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