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E Talisca? Crescimento de liga saudita ainda tem pouco impacto na Seleção

globoesporte.com - com informações do G1

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Com informações do G1

24/09/2023 por Redação

Jogador do Al-Nassr desabafa, mas histórico mostra que apenas seis de 138 jogadores convocados desde Era Tite atuavam em países mais periféricos do futebol Anderson Talisca tem brilhado no início da temporada pelo Al-Nassr e se sentiu no direito de desabafar. Fora da lista de Fernando Diniz para os jogos do Brasil nas eliminatórias, o meia-atacante até usou ironia para se manifestar. Mas afinal, ele tem razão? A verdade é que o crescimento do Campeonato Saudita ainda tem, até agora, pouco impacto na Seleção.
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Aos 29 anos, Talisca está em sua terceira temporada no Al-Nassr. Ele chegou lá antes do investimento bilionário do governo nos principais clubes do país. Em 2022/23, ele foi vice-artilheiro da liga, com 20 gols. O ex-Bahia fez seis gols e quatro assistências em 10 jogos até agora em 2023/24. No entanto, não chamou atenção de Fernando Diniz.
O endinheirado Campeonato Saudita tem 28 brasileiros, dos quais sete foram convocados para a seleção brasileira em algum momento: Firmino e Ibañez (Al-Ahli), Marcelo Grohe e Fabinho (Al-Ittihad), Malcom e Neymar (Al-Hilal), Alex Telles e o próprio Talisca (Al-Nassr).
Firmino não é convocado desde setembro do ano passado. Fabinho não foi mais lembrado após a Copa do Mundo. Malcom chegou a ser convocado por Ramon Menezes, ainda quando estava no Zenit. O mesmo ocorreu com Alex Telles, quando atuava no Sevilla. Grohe só atuou na Seleção quando jogava pelo Grêmio, em 2015.
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Divulgação/Al-Nassr
Talisca tem duas convocações para o Brasil. Em 2014, quando estava no Benfica, foi chamado por Dunga para substituir Lucas Moura após lesão. Em 2018, o baiano atuava no Besiktas e foi convocado por Tite. Em nenhuma delas entrou em campo.
Neymar foi o único representante da liga saudita nas duas listas de Fernando Diniz. O zagueiro Ibañez esteve na primeira lista, mas foi um dos três que saíram na convocação do último sábado. Além dele, não foram chamados o meio-campista Joelinton e o atacante Gabriel Martinelli, ambos lesionados.
O atacante ex-PSG e o zagueiro ex-Fluminense foram os primeiros jogadores de clubes sauditas convocados na história para a seleção brasileira. No mês passado, Fernando Diniz ressaltou que a liga estaria no seu radar. Ibañez, porém, deu lugar a Bremer, da Juventus para as partidas contra Venezuela e Uruguai.
Neymar não deve ter o seu status alterado por atuar em uma liga menos competitiva. Após divulgar sua segunda lista, Fernando Diniz voltou a enaltecer a influência de seu camisa 10.
– Eu quero que ele seja o melhor Neymar que for possível, que escreva as páginas mais bonitas dele no futebol. Temos que aproveitar, como eu já disse, demora muito para nascer outro jogador como esse. Temos que aproveitar o limite máximo, a Seleção é a casa dele. Desde 2010, ele está frequentando esse ambiente – afirmou o técnico.
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Ligas periféricas têm pouco espaço
A realidade para os brasileiros que atuam na Arábia Saudita reflete um histórico ruim para jogadores de ligas mais periféricas na briga por uma convocação. Antes de Neymar e Ibañez, o último convocado enquanto jogava por um clube de nação árabe foi Everton Ribeiro. Em 2015, ele estava no Al Ahli, do Catar, e foi chamado por Dunga.
Desde o início da Era Tite, no meio de 2016, 138 jogadores diferentes foram convocados para a Seleção. Apenas sete deles estavam em clubes não europeus ou brasileiros.
São eles:
Gil (Shandong Luneng, China)
Diego Tardelli (Shandong Luneng, China)
Renato Augusto (Beijing Guoan, China)
Paulinho (Guangzhou Evergrande, China)
Daniel Alves (Pumas, México)
Neymar (Al-Hilal, Arábia Saudita)
Ibañez (Al-Ahli, Arábia Saudita)
Ao todo, 65 clubes foram representados nas convocações dos 138 jogadores diferentes desde junho de 2016, quando Tite assumiu a Seleção. Dentre eles, 17 são brasileiros e 42 são europeus, dentre os quais 31 são das cinco principais ligas: Alemanha, Espanha, França, Inglaterra e Itália. Apenas seis são do restante do planeta. Uma realidade que pouco deve mudar.

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