Quando são flagradas, elas respondem pelo crime de tráfico de drogas e a maioria, passa para o lado de dentro, cumprindo pena no sistema penitenciário. Cresce o número de mulheres flagradas tentando entrar com drogas em presídios de AL
O medo, ameaças, situação financeira e o relacionamento com os presos estão entre os principais motivos que levam mulheres a arriscar a vida escondendo drogas no próprio corpo para entrar com o material ilícito no sistema prisional de Alagoas. Dados da Secretaria de Ressocialização e Inclusão (Seris) mostram que o número de flagrantes cresceu mais de 100% em 2023.
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Muitas vezes existe a coação, às vezes violenta, como também existe a coação de sentimento, quando [os presos] dizem que se você não fizer eu vou lhe deixar ou não vou querer mais você. Isso leva para que esse tipo de crime aumente, disse Carlos Voss, Secretário Executivo de Gestão Penitenciária.
De Janeiro a agosto de 2023, 56 mulheres foram flagradas tentando entrar com drogas nos presídios do estado. No mesmo período de 2022, foram registrados 24 flagrantes, segundo levantamento da Seris.
Ainda segundo o secretário executivo, o perfil dessas mulheres mostra que a maioria é de baixa renda e a situação financeira é um outro fator para que aceitem a tarefa criminosa. Até por visualizar uma quantia a receber ou algo dessa natureza, uma troca, uma remuneração por esse tipo de serviço.
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Quem entra no presídio passa por uma revista e os agentes utilizam o aparelho body scam, que faz uma varredura por todo corpo, detectando qualquer material que esteja escondido. A maioria dos casos é de mulheres que introduzem pacotes com drogas pela vagina ou pelo ânus.
Quem se propõe a levar drogas para dentro do presídio dessa maneira, coloca em risco a própria vida. Na quinta-feira (21), uma mulher foi flagrada tentando entrar com drogas dentro do corpo e também um pen drive. Ela precisou passar por uma cirurgia no Hospital Geral do Estado (HGE) para retirar o material.
Aparelho Body scam consegue detectar material ilícito dentro do corpo do visitante
Seris-AL
O médico cirurgião Álvaro Bulhões explicou que introduzir drogas dessa maneira dentro do corpo pode levar à morte porque podem ser absorvidas altas doses da substância. Além disso, em muitos casos há necessidade de cirurgia para retirar ou corrigir os danos causados.
Essas substâncias podem ser absorvidas em quantidades letais, tanto pelo estômago, pelo reto ou pela vagina. Tanto o reto quanto a vagina têm mucosa, o que faz absorver com muita velocidade essas substâncias. Com relação aos materiais, existe o risco de laceração, perfuração e sangramento que podem também causar um dano letal para quem se submeteu a essa prática, explicou o médico.
As mulheres que são flagradas respondem pelo crime de tráfico de drogas e, na maioria dos casos, passam para o lado de dentro dos presídios, para cumprir pena.
Infelizmente elas terminam respondendo a processos, indo para o sistema prisional cumprindo prisão, sendo detidas, alertou Carlos Voss.
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