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Ministério dos Povos Indígenas diz que situação de Yanomami amarrados por garimpeiros é inadmissível

G1 - com informações do G1

Rastro101
Com informações do G1

21/09/2023 por Redação

Ministério informou que articula providências para averiguação, denúncia e punição dos responsáveis. Indígenas foram amarrados em uma viga de madeira, em um barracão na região de Hokoma, dentro da Terra Indígena Yanomami. Indígenas que não tiveram a idade informada foram amarrados em viga de madeira; assosiação diz que são crianças.
Hutukara/Divulgação
O Ministério dos Povos Indígenas (MPI) disse que a situação dos indígenas yanomami amarrados por garimpeiros ilegais em um acampamento dentro da Terra Indígena Yanomami é inadmissível e que articula providências sobre o caso. A afirmação foi feita por meio de nota, divulgada pela pasta nessa quarta-feira (20).
A Hutukara Associação Yanomami (HAY), a mais representativa organização deste povo, cobrou, em ofício, investigação sobre o caso. O MPI é um dos órgãos oficiados.
Situações como esta são inadmissíveis e este Ministério tem articulado e acompanhado um conjunto de medidas no âmbito do Comitê de Desintrusão, instituído pelo Decreto nº 11.702, de 12 de setembro de 2023, disse o MPI.
O Ministério dos Povos Indígenas articula agora com todos os ministérios endereçados na denúncia enviada pela Hutukara Associação Yanomami, providências urgentes para averiguação, denúncia e punição dos responsáveis por este caso, ressaltou.
Garimpeiros amarram crianças Yanomami com as mãos para trás em acampamento
De acordo com a Hutukara, são, ao menos, três crianças amarradas, com os braços presos por cordas, em uma viga de madeira. O caso aconteceu nas proximidades da pista da Bateia, na região de Surucucu.
No vídeo, que foi gravado por um dos garimpeiros, é possível ver que os indígenas estão em um acampamento montado no meio da floresta. Durante a ação, um dos garimpeiros pede para que tragam os mokaua [armas]” para o barracão onde os indígenas estão.
Os vídeos tratam da mesma situação. Eles registram um momento em que garimpeiros acusam crianças yanomami de terem furtado celulares, e na tentativa de recuperar os objetos, amarram e ameaçam as crianças, que supostamente teriam pego os telefones, diz trecho do documento.
Os indígenas são da região do Hakoma, localizada entre as regiões de Homoxi e Surucucu. Com cerca de 12 comunidades, Hakoma tem presença de garimpeiros e altos níveis de contaminação por mercúrio.
Conforme a Hutukara, a região é de difícil comunicação e, por isso, ainda não se sabe quando as imagens foram gravadas e o que aconteceu com os indígenas. As crianças não tiveram as idades informadas.
O ofício também foi enviado à Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Polícia Federal, Ibama, 1ª Brigada de Infantaria de Selva do Exército Brasileiro e Ministério Público Federal (MPF) em Roraima.
O MPF-RR informou que recebeu a comunicação e está em contato com as instituições responsáveis pela desintrusão no território Yanomami para saber quais medidas serão adotadas para proteção das comunidades indígenas. A reportagem procurou as outras instituições citadas e aguarda resposta.
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