Placar final do jogo não refletiu exatamente a diferença entre as equipes atualmente Um dos confontos que já protagonizaram final de Liga das Campeões aconteceu nesta 1ª rodada, em Munique. O Bayern bateu o Manchester United por 4x3, pelo Grupo A, em uma partida emblemática para entender o momento histórico dos gigantes. Enquanto os bávaros superaram um começo complicado com confiança e qualidade na definição, os Red Devils mostraram que precisam recuperar o protagonismo internacional. Caíram muito de produção ao sofrerem o primeiro gol.
Cereja que estava faltando no saboroso bolo do Bayern, Harry Kane participou ativamente de dois dos quatro tentos do triunfo. Mostra que pode ser o diferencial que faltou em algumas temporadas recentes. O placar com muitos gols pode passar a sensação de um embate equilibrado a maior parte do tempo, mas reflete muito mais a luta de Casemiro em campo, autor de dois gols, e a queda de concentração dos alemães no fim.
Escalações
Thomas Tuchel optou pelo austríaco Laimer ao invés do marroquino Mazraoui na lateral-direita. Musiala voltou a ser titular na meia-central, e Muller ficou no banco do Bayern. Já Erik ten Hag escalou Eriksen ao lado de Casemiro e Bruno Fernandes pelo centro do campo. Pellistri foi o ponta-direita e Hojlund o centroavante do United.
Como Bayern e Manchester United iniciaram o jogo válido pela 1ª rodada do Grupo A da Champions 23-24
Rodrigo Coutinho
O jogo
O 2x0 favorável ao Bayern no intervalo e o favoritismo dos donos da casa antes da bola rolar podem supor um massacre alemão nos primeiros 45 minutos, mas não foi exatamente isso o que se viu em campo. Com uma marcação por encaixes bem definida, os ingleses conseguiram anular a construção ofensiva dos rivais na primeira metade da etapa inicial.
Casemiro colava em Musiala. Kimmich e Goretzka eram seguidos por Bruno Fernandes e Eriksen. Os pontas acompanhavam os laterais. Reguillón e Diogo Dalot vigiavam Sané e Gnabry. Com intensidade e concentração alta, o United chegou perto de abrir o placar em duas ocasiões antes dos 20 minutos. Mas ali já começava a aparecer a diferença fundamental entre os times.
Enquanto Pellistri, Eriksen e Rashford hesitaram diante de Ulreich, Leroy Sané, que até aquele momento não fazia um bom jogo, tabelou com Harry Kane e abriu o placar basicamente no primeiro lance em que os donos da casa tiveram a bola com calma no campo rival. Onana falhou feio no lance.
O goleiro camaronês vinha se destacando na saída de bola de sua equipe. Como elemento central entre os zagueiros e tendo Casemiro logo a frente numa saída 3+1, distribuia passes longos e médios, quase sempre visando Bruno Fernandes e Eriksen no campo contrário. Quando isso não acontecia, o United ganhava a segunda bola e acelerava.
Onana lamenta após sofrer frango em gol de Sané em Bayern x Manchester United
Tobias Schwarz/AFP
Laimer, escolha de Tuchel para a partida, começou a levar o Bayern ao ataque com boas escapadas pela direita ao receber passes precisos de Upamecano. Com a vantagem alemã no placar, todo o ímpeto inglês foi reduzido, a ponto de Musiala arrastar a defesa do United em grande jogada para Gnabry marcar.
Reguillón e Diogo Dalot ainda chegaram a gerar volume pelos flancos nos últimos minutos antes do intervalo, realizaram bons cruzamentos, mas havia uma diferença grande entre o poder de definição dos atacantes dos visitantes em comparação aos anfitriões.
Hojlund tentou mudar essa impressão ao marcar logo no início do 2º tempo. Foi um começo forte do United novamente, mas ao contrário do comportamento inglês na etapa inicial, os bávaros não se abalaram. Voltaram a ter dois gols de vantagem pouco depois, com Harry Kane, de pênalti.
Kane Bayern x Manchester United
Angelika Warmuth/Reuters
O United parecia fadado a passar a 2ª etapa correndo atrás da bola e tentando impedir uma goleada, algo que passou bem perto de acontecer não fosse por algumas defesas de Onana e a pouca concentração bávara para converter o volume em gols. Defensivamente a displicencia também se fez presente no final.
Casemiro lutou bastante e foi premiado com dois tentos, algo que até poderia causar emoção não fosse a ótima entrada de Mathys Tel no fim. O jovem francês marcou o quarto dos anfitriões num momento do jogo totalmente aberto.
Coman, Choupo-Moting e Musiala assustaram em finalizações. Harry Kane comandou um recital antes de ser substituído com sua extrema qualidade na preparação das jogadas. Ficou de bom tamanho o resultado para os Red Devils.
