Brasília tem 7.924 pessoas nessa situação, o que representa 0,28% da população da capital. Dados são do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. Sem-teto usa rede e panos para se esconder do sol, no DF, em imagem de arquivo
TV Globo/Reprodução
O Distrito Federal é a unidade da federação com maior percentual de pessoas em situação de rua no Brasil. Os dados são do Relatório da População em Situação de Rua, divulgado pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.
As informações consideram os dados da assistência social e da saúde do Governo Federal. Segundo o relatório, com relação à população total do DF, a capital tem quase 3 pessoas em situação de rua a cada mil habitantes.
Veja o ranking para outras unidades da federação:
Quanto ao número absoluto de moradores de rua — ou seja, a população total —, Brasília aparece em 4º lugar, com 7.924 pessoas nessa situação, o que representa 3,4% do total da população em situação de rua de todo o país.
Veja ranking de cidades com mais moradores de rua
Perfil das pessoas em situação de rua no Cadastro Único
Moradores de rua no DF, em imagem de arquivo
TV Globo/Reprodução
Em dezembro do ano passado, os dados registrados no CadÚnico sobre a população em situação de rua no país revelam um perfil majoritariamente:
🧔♂️ Masculino: 87%;
👤 Adulto: 55% têm entre 30 e 49 anos;
👨🏿🦱 Pessoas negras: pardas - 51%; pretas - 17%;
📖 Sabe ler e escrever: 90%;
👷 Já teve emprego com carteira assinada: 68%.
Segundo o relatório, a situação em alguns estados contrasta com o perfil nacional e merece destaque. No quesito raça ou cor, a população negra representa 93% das pessoas em situação de rua nos estados da Bahia e do Amazonas.
Avaliando apenas o segmento das pessoas que se autodeclaram pretas, estas representam menos de 10% da população total do país e 17% das pessoas em situação de rua, refletindo aspectos do racismo estrutural e exclusão que marcam o Brasil, aponta o relatório.
A proporção de indígenas em situação de rua é de 0,2% no país, sendo maior na Região Norte (0,5%). Entre os estados, a maior proporção é no Pará, de 0,9%.
O percentual de pessoas em situação de rua com deficiência é de 15%. Deste total:
47% são pessoas com deficiência física;
18% são pessoas com transtornos mentais;
16% são pessoas com deficiências visuais.
Quanto ao local de nascimento, 37% nasceram no município atual, 59% em outro município e 4% vieram de outro país — são 9.749 estrangeiros morando nas ruas do país. Do total de migrantes internacionais:
54% são provenientes da América do Sul, dos quais 43% são de origem venezuelana;
23% são angolanos;
11% são afegãos.
O Nordeste é a região com mais pessoas em situação de rua vivendo no mesmo município em que nasceram, com 54% — o estado da Bahia aparece em destaque, com 61%. Já a Região Norte tem a maior proporção de pessoas em situação de rua que nasceram em outro país (33%).
📗 Escolaridade
Quanto à escolaridade, 10% das pessoas em situação de rua cadastradas no país não sabem ler e escrever. O maior percentual está no Nordeste (19%) e o menor no Sul (7%).
Dessa população, 2% afirmaram que frequentam atualmente escolas, sendo o dobro no Nordeste (4%). Por outro lado, 6% informaram que nunca frequentaram a escola.
💼 Trabalho
Entre as pessoas em situação de rua registradas no Cadastro Único, 14% informaram ter trabalhado na semana anterior à entrevista, com maiores percentuais no Norte (25%) e no Nordeste (21%) e o menor na região Sul (12%). Entre os que trabalharam, 97% o fizeram por conta própria.
A principal forma para ganhar dinheiro mencionada foi como catador. Entre os que informaram já ter trabalhado com carteira assinada, a maior proporção está na região Sudeste (79%) e a menor no Norte (36%).
❓ Motivos para a vida nas ruas
Os principais motivos apontados para a situação de rua foram:
problemas familiares: 44%
desemprego: 39%
alcoolismo e/ou uso de drogas: 29%
perda de moradia: 23%
Quando perguntadas sobre locais para dormir, 55% informaram que dormem na rua, chegando a 70% na região Norte. No Sudeste, encontra-se a mais expressiva proporção de pessoas que dormem em albergues (41%).
A maior parte das pessoas em situação de rua (92%) não vive com suas famílias na rua, e nunca ou quase nunca (61%) tem contato com parentes fora da condição de rua.
LEIA TAMBÉM:
PESQUISA: Número de sem-teto no DF passa de 88 para mais de 7 mil, em 10 anos
ASA SUL: ‘A gente aprende a conversar e escrever’: biblioteca para sem-teto é inaugurada em Brasília
✅ Clique aqui para seguir o novo canal do g1 DF no WhatsApp.
⚠️O grupo antigo será desativado. Mesmo se você já faça parte da nossa comunidade, é preciso se inscrever novamente.
Leia mais notícias sobre a região no g1 DF.
