Grêmio a terceira derrota consecutiva fora da Arena e, mais uma vez, Renato deu como justificativa a falta de competitividade Longe da Arena, o Grêmio acumulou a terceira derrota seguida como visitante contra o Bragantino, na última quinta. Após a partida, a explicação dada pelo técnico Renato Portaluppi repetiu o discurso da falta de competitividade do elenco. Mas será que é só a postura que tem comprometido os resultados fora da Arena? O ge convidou quatro comentaristas para opinar sobre o assunto.
Grêmio joga mal e perde fora de casa mais uma vez
Nesta sequência de três derrotas fora de casa, as justificativas do treinador para o resultado negativo foram parecidas. Basicamente, Renato explicou que faltou competitividade dos jogadores em campo e indicou uma responsabilidade do elenco.
A campanha do Grêmio como visitante tem sido alvo de críticas por conta dos resultados. Até o momento, no Brasileirão, são 10 partidas, com três vitórias, um empate e seis derrotas.
Depois que perdeu para o Santos, Renato promoveu mudanças na equipe. O mesmo pode acontecer para o jogo contra o Corinthians, já que o comandante fez cobranças fortes pelo comportamento dos atletas e voltou a dizer que a fila vai andar.
Já que os problemas vem se repetindo e as explicações também, o ge ouviu a opinião de comentaristas sobre as mudanças necessárias para melhorar o desempenho longe de Porto Alegre.
Renato Portaluppi, técnico do Grêmio
Lucas Uebel/Grêmio
Confira as opiniões dos comentaristas:
Sérgio Xavier Filho - comentarista do Grupo Globo
O Grêmio foi com uma característica de construção, posse de bola, mas muito pouca intensidade. Não vai conseguir isso (intensidade) do Cristaldo, Suárez, Carballo, difícil imaginar eles em um perde-pressiona. Sempre que o Grêmio pegar um time que consegue sair muito rápido, vai ter dificuldade.
Acho que o que o Renato falou é uma meia verdade. Tem a ver, sim, com a falta de intensidade. Time entrou um pouco frouxo. Já não é um time de intensidade, se entrar frouxo aí o outro time monta em cima. Essa é uma parte.
Mas a outra é tática também. Se você não tem esse time, o único jeito de enfrentar alguém mais rápido e intenso é você ter um bloco muito coeso, e não pode ser um bloco alto. O time estava espalhado.
Em uma semana que você teve para treinar e não conseguiu um time coeso, isso é culpa tática também. Não é culpa só do jogador. Tem que ser dividido.
Renato Portaluppi em derrota do Grêmio para o Bragantino
Lucas Uebel/Grêmio
Marcelo De Bona - narrador e apresentador do Grupo RBS
Acho que não é só competitividade, porque competitividade prevê jogador que se entregue e corra no campo. Não vejo que isso esteja faltando no time do Grêmio. O Grêmio até pode ter jogadores que tem como característica ter pouca doação sem a bola.
Cristaldo é um exemplo. Mas aí o Renato tem que mexer a peça e não fazer a crítica na entrevista. O Cristaldo é um jogador com essa característica. Não vai ser intenso, não vai ser tão competitivo. Ele é um jogador de bola no pé, qualidade técnica. Carballo me parece ter sido outro alvo.
Mas não é só competitividade. O Grêmio sabia que o Bragantino era um time vertical, de velocidade, mas o Renato não fez nenhum movimento para dar cobertura ao lateral-esquerdo Reinaldo, sabendo que o Helinho jogava por ali e que já tinha feito esse estrago na Arena.
Acho que é um problema tático, de ajuste, de estratégia e de comportamento. O Grêmio não se preparou o suficiente para jogar contra o Bragantino, assim como não se preparou para jogar contra Santos e Vasco.
Alline Calandrini - comentarista do Grupo Globo
Acho que faltou sim competitividade no jogo contra o Bragantino, especialmente porque o Bragantino é uma equipe muito intensa, pressiona o tempo inteiro e vence os duelos. Nesse jogo ficou muito claro que o Grêmio não venceu os duelos. Faltou reagir mais.
Bragantino fez uma estratégia de pressionar a saída de bola e aí faltou do Renato ler o jogo de uma forma melhor, porque não estava vencendo duelos, não conseguia ter uma saída limpa. Faltou ter uma leitura de, por exemplo, ter jogadores de mais velocidade no lado, porque se o adversário te pressiona, tem que buscar um escape pelos lados.
Grêmio não tem mais o Bitello. Ferreira era uma opção. Ao meu ver, faltou uma leitura melhor do Renato. Já que não estava dando a estratégia, poderia ter explorado melhor a velocidade, que nesse caso seria o Ferreira.
Faltou competitividade, mas também faltou análise e estratégia melhor do Renato no decorrer do jogo.
Mauricio Saraiva fala sobre derrota de Grêmio e suspensão de Renato e Reinaldo
Leonardo Oliveira - comentarista do Grupo RBS
O que aconteceu em Bragança Paulista é que o Grêmio foi atropelado. A estratégia do adversário prevaleceu.
Não é questão de comportamento ou temperamento. O que vejo pelas características dos jogadores, é que o Grêmio tenta ter um jogo de controle. Na Arena, joga com marcação mais alta, rouba a bola.
O Grêmio tem uma característica que não repete fora de casa. Acaba não avançando as linhas com medo de não ter velocidade para retomar e fechar os espaços. Então faz um jogo de espera. E o Grêmio não tem característica para isso. Passa por uma forma de jogar que ele precisa repetir fora de casa. Precisa ser o Grêmio da Arena marcando mais alto, tendo a bola e propondo o jogo.
Esse Grêmio que só se defende, acaba dando a bola para o adversário e ele não tem escape, não tem saída. Em Bragança Paulista ainda se acrescenta a falta de estratégia. O Grêmio não pensou em como enfrentar o adversário que vinha de 12 jogos sem perder dentro de casa.
Então tem uma questão de característica do time que fora de casa, que baixa as linhas e não tem velocidade para sair para o jogo, para jogar em reação. E não repete uma postura da Arena, de tentar ter a bola e roubar mais perto do gol. Em Bragança Paulista passou por falta de estratégia.
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