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Afundamento do solo em Maceió: Renan Calheiros apresenta pedido para criar CPI da Braskem no Senado

G1 - com informações do G1

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Com informações do G1

14/09/2023 por Redação

Requerimento conta com apoio de 45 senadores. Mineração realizada pela petroquímica provocou instabilidade no solo e obrigou à desocupação de mais de 14 mil casas em cinco bairros da capital de AL. Senador Renan Calheiros apresentou requerimento para criação da CPI da Braskem no Plenário
Roque Sá/Agência Senado
O senador Renan Calheiros (MDB) apresentou ao Plenário do Senado nesta quinta-feira (14) um requerimento para criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o afundamento do solo provocado pela mineração realizada pela Braskem que levou à desocupação de cerca de 14 mil imóveis em cinco bairros de Maceió.
O Serviço Geológico do Brasil (CPRM), órgão ligado ao governo federal, confirmou que a instabilidade no solo foi resultado de décadas de extração de sal-gema (minério utilizado na fabricação de soda cáustica e PVC) feita pela empresa petroquímica Braskem S.A.
Os primeiros reflexos da mineração sentidos mais fortemente foram em 2018, após fortes chuvas na capital. A mineração criou crateras subterrâneas, que abriram rachaduras em ruas, prédios e casas, criando verdadeiros bairros fantasmas.
Cerca de 55 mil pessoas tiveram que deixar suas moradias e seus negócios nos bairros Pinheiro, Bom Parto, Mutange, Bebedouro e Farol.
Fotos mostram antes e depois dos bairros de Maceió afetados pelo afundamento do solo
A CPI terá como objetivo apurar possíveis omissões da Braskem na reparação a Maceió e aos moradores dos cinco bairros afetados. O requerimento contou com o apoio de 45 senadores, número acima do mínimo necessário, que era de 27 assinaturas.
Após a leitura do requerimento, será aberto o prazo para que os líderes partidários indiquem os membros que vão compor o colegiado. O grupo será composto por 11 membros titulares e sete suplentes, com prazo de 120 dias e limite de despesas de R$ 120 mil para proceder as investigações. 
Será dado o devido seguimento, com o parecer da Advocacia do Senado e, dada a leitura, se cumpridos os requisitos, já na próxima semana, disse Rodrigo Pacheco.
Em Plenário, Renan Calheiros justificou a abertura da CPI por falta de transparência da Braskem. De acordo com o senador, após cinco anos do início do maior acidente ambiental urbano já constatado no Brasil, a reparação integral dos danos pela mineradora estaria longe de se efetivar.
Com a desocupação de bairros de Maceió afetados pelo afundamento do solo e rachaduras, moradores levaram portas, janelas e até telhados de suas residências
Jonathan Lins/G1
O senador afirmou que a reparação integral dos danos socioambientais, adotando medidas de mitigação, reparação, compensação e indenização, bem como a garantia de recursos necessários para o seu cumprimento, não está sendo feita pela mineradora.
“Não obstante a realização de acordos judiciais com os moradores, há um desconhecido passivo decorrente das necessárias medidas de preservação do patrimônio ambiental e histórico de Maceió, além de, recentemente, o município ter assinado acordo com a empresa para a reparação dos danos urbanísticos no valor de R$ 1,7 bilhão, que não estavam previstos anteriormente. Somam-se ao passivo, a perda de arrecadação tributária estadual, novos riscos, ações judiciais individuais em trâmite e a demanda por infraestrutura metropolitana”, disse.
Calheiros ainda aponta a necessidade de se investigar a solvência da empresa e as decisões de seus acionistas controladores que, conforme denúncia, “distribuíram volumosos dividendos” mesmo após ter sido constatado o dano socioambiental. Para ele, é importante apurar os reflexos em “seus milhares de investidores e acionistas”.
Além disso, o processo de venda da empresa, que está em curso, deve levar em conta os custos que serão destinados para a recuperação do desastre em Maceió. 
Essa CPI é fundamental para [...] construir um fórum de conversa e de negociação para que, mesmo em havendo a venda da Braskem, nós não somos contra, se dê num cenário em que a Braskem cumpra, honre, pague, todos os compromissos assumidos em função do crime ambiental, afirmou o senador. 
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