PMDF não respondeu se eles deixarão de receber salários. Ao todo, são 6 oficiais do alto comando que estão presos por deixarem de agir para impedir o vandalismo contra sedes dos Três Poderes em razão do alinhamento ideológico com os manifestantes golpistas, segundo PGR. Bolsonaristas em atos terroristas em Brasília
Marcelo Camargo/Agência Brasil
Seis policiais militares do alto comando da PMDF, presos pelos atos terroristas em Brasília, no dia 8 de janeiro, estão suspensos da corporação (veja os nomes mais abaixo). A suspensão foi publicada no Diário Oficial (DODF), desta quarta-feira (30), e assinada pelo comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal, Adão Teixeira de Macedo.
A PMDF não informou, no entanto, até a publicação desta reportagem, se eles deixarão de receber os salários. Quatros dos seis militares foram presos durante uma operação da Procuradoria-Geral da República e a Polícia Federal no dia 18 de agosto, que cumpriu sete mandados de prisão preventiva e cinco de busca e apreensão contra integrantes e ex-integrantes da cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal.
A Operação Incúria foi resultado da denúncia que o Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos da PGR ofereceu ao Supremo Tribunal Federal (STF. Segundo a PGR, a cúpula da PM deixou de agir para impedir o vandalismo contra as sedes dos Três Poderes em razão do alinhamento ideológico com os manifestantes golpistas.
Os PMs suspensos são:
Coronel Klepter Rosa Gonçalves: ex-comandante-geral da PM do DF;
Coronel Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues: ex-comandante do 1º Comando de Policiamento Regional da PM;
Coronel Jorge Eduardo Naime: ex-chefe do Departamento de Operações (DOP) da PM, que estava de folga no dia dos ataques;
Major Flávio Silvestre de Alencar: comandava o 6º Batalhão da PMDF, responsável pela Praça dos Três Poderes e Esplanada dos Ministérios;
Tenente Rafael Pereira Martins: atuou no dia dos atos antidemocráticos;
Coronel Fábio Augusto Vieira: ex-comandante-geral da PM do DF, de folga no dia dos ataques.
A reportagem tenta o contato com a defesa dos policiais.
Todos são acusados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, deterioração de patrimônio tombado e por infringir a Lei Orgânica e o Regimento Interno da PM. Naime e Flávio Silvestre já estavam presos antes da operação Incúria.
Investigação
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Ao longo de sete meses de investigação, a PGR descobriu que os PMs começaram a trocar mensagens com teor golpista e a difundir informações falsas antes do segundo turno das eleições presidenciais do ano passado.
A PGR verificou ainda que a PM do DF acompanhava as movimentações no acampamento golpista montado nos arredores do Quartel General do Exército, em Brasília.
Os procuradores têm indícios de que a cúpula da PM infiltrou agentes de inteligência entre esses manifestantes para obter informações. E que tinha plena consciência da magnitude e da gravidade dos atos que estavam sendo planejado para 8 de janeiro.
Os documentos e as trocas de mensagens obtidas pela PGR contrariam a versão apresentada pelos integrantes da cúpula da PM do DF, de que o sistema de inteligência do DF falhou ao não avisar a corporação sobre o risco de invasão dos prédios dos Três Poderes.
Relembre a cronologia dos atos golpistas em Brasília no vídeo abaixo:
Terrorismo em Brasília: Fantástico refaz a cronologia da barbárie dos atos golpistas de domingo (8)
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