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Irmão de Gedinho, garoto morto em incêndio no CT do Flamengo, quer jogar futebol, diz pai

G1 - com informações do G1

Rastro101
Com informações do G1

22/08/2023 por Redação

De Itararé (SP), pai de Gedinho dos Santos, vítima do incêndio que matou dez atletas no RJ em 2019, contou que prefere não acompanhar as notícias sobre o assunto e atribui irresponsabilidade ao clube carioca. Justiça do RJ fez a 1ª audiência do caso na semana passada. Gedinho, vítima do incêndio no Ninho do Urubu, e o irmão Geraldo
Arquivo pessoal
Quatro anos depois da tragédia no Ninho do Urubu, Centro de Treinamento (CT) do Flamengo, no Rio de Janeiro, a família de Gedson dos Santos, o Gedinho de Itararé (SP), contou ao g1 sobre a dor do luto e a memória que o garoto deixou ao irmão, hoje com sete anos.
Na semana passada, a Justiça do Rio de Janeiro começou a julgar o caso, quando ouviu um ex-funcionário do time carioca que ajudou a tirar alguns dos jogadores do contêiner-dormitório que pegou fogo no CT, em Vargem Grande. O caso ocorreu em 8 de fevereiro de 2019 e provocou a morte de dez adolescentes.
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Para Gedson Fábio Beltrão dos Santos, pai de Gedinho, as lembranças do filho estão presentes em cada detalhe do cotidiano.
A gente vive um dia de cada vez. Não é fácil levantar todos os dias e não poder conversar com o Gedinho. A gente era muito ligado [um ao outro], sempre vai estar faltando ele em todas as situações. A lembrança é 24 horas.
Família de Gedinho, que morreu em tragédia do CT do Flamengo, lamenta irresponsabilidade do clube
Arquivo pessoal
As fotografias do irmão mais velho, expostas em memorial, fazem Geraldo constantemente se lembrar de Gedinho, conta o pai.
Ele [Geraldo] quer ser jogador igual o Gedinho, tem fotos que estão expostas aqui em casa com a família e amigos num quarto. O Geraldo olha e até pergunta sobre o irmão, às vezes a gente pega ele olhando sozinho para as fotos também.
Família montou quarto com as conquistas de Gedinho, com fotos, troféus e medalhas
Gedson dos Santos/Arquivo Pessoal
Na época do acidente, em 2019, Gedinho tinha 14 anos e Geraldo, três. O caçula da família, Gael, nasceu um tempo depois e não conheceu o irmão mais velho.
Hoje com sete anos, irmão de Gedinho quer ser jogador de futebol, conta pai
Arquivo pessoal
Nunca foi fatalidade
A demora por parte da Justiça e a revolta da família fizeram Gedson se afastar do futebol. Para ele, a morte do filho foi uma irresponsabilidade do clube.
Pai de Gedinho se afastou do futebol e de notícias sobre o incêndio
Gedson dos Santos/Arquivo pessoal
Eu nem estou acompanhando, depois que aconteceu aquilo tudo a gente começou a se ocupar com outras coisas. Pela memória que deixou. Ainda com essa demora, as pessoas comentam que foi uma fatalidade, mas pra mim nunca que foi, na verdade foi uma irresponsabilidade. É revoltante, então pra não criar esse sentimento, a gente acaba se afastando, lamenta.
Maior tragédia do Flamengo
O incêndio no ninho do Urubu, CT do Flamengo, matou dez pessoas no dia 8 de fevereiro de 2019. As vítimas eram atletas da base do time e tinham entre 14 e 16 anos. No momento em que as chamas começaram, os garotos dormiam. Gedson Santos, o Gedinho, de 14 anos, foi o quinto identificado no IML.
Especialistas dizem que Flamengo assumiu risco ao manter aberto local interditado
Reprodução/JN
As chamas atingiram as instalações onde dormiam jogadores que não residiam no Rio. A suspeita é de que a causa foi um curto-circuito em um ar-condicionado. Seis contêineres interligados serviam de dormitórios.
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Infográfico G1
O alojamento não possuía licença municipal, segundo a Prefeitura do Rio. A área de alojamento atingida pelo incêndio não consta do último projeto aprovado pela área de licenciamento, no dia 5 de abril de 2018, como edificada, diz o comunicado.
A prefeitura informou ainda que o Centro de Treinamento do Flamengo teve quase 30 autos de infração por estar funcionando sem o alvará necessário. Um edital de interdição chegou a ser emitido em 2017.
Na época, o presidente do clube, Rodolfo Landim, lamentou o ocorrido.
Estamos todos consternados. É a maior tragédia pela qual o clube já passou em 123 anos de história, disse Landim.
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