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Trigêmeos de Olinto e Cristiane já estão em casa

Embora quisessem ter um filho, gestação tripla foi uma grande surpresa. Bebês passaram por uma série de complicações até que todos chegassem em casa

Rastro101
11/08/2014 por Redação, atualizado em 27/09/2016 às 19h39 por Redação

Olinto e Cristiane já estão reunidos em casa com os trigêmeos. (Foto: Rastro101)Olinto e Cristiane já estão reunidos em casa com os trigêmeos. (Foto: Rastro101)

No último domingo, dia 10, foi comemorado o Dia dos Pais. Para um pai, em especial, essa data vai ficar marcada como um momento inesquecível. Olinto Esteves é pai dos trigêmeos Nicole, Nícolas e Natan, que nasceram de forma muito prematura, com apenas 6 meses e meio, no dia 11 de março deste ano, no Hospital Luiz Eduardo Magalhães, em Porto Seguro. Nicolle foi a primeira a nascer (12:10), em seguida veio Nícolas (12:11), e por último, Natan (12:12).

Bebês ficaram em incubadoras logo após o nascimento de 6 meses e meio. (Foto: Arquivo/família)Bebês ficaram em incubadoras logo após o nascimento de 6 meses e meio. (Foto: Arquivo/família)Para a mãe, Cristiane Esteves, não há como explicar a alegria de ver todos eles reunidos na casa dos avós, em Itagimirim, sendo paparicados por toda a família e amigos. Em breve irão retornar para Itapebi, cidade em que o casal reside.

Depois de ver os três juntos em casa, o pai conta toda dificuldade que passou logo depois do parto, que foi muito complicado. "Deixei minha mãe em Porto Seguro para ficar com minha esposa e retornei para o trabalho em Itapebi. Assim que cheguei, recebi uma ligação de que ela tinha ido às pressas para o hospital e estava em trabalho de parto", contou. Olinto disse ainda que só quando chegou em Porto Seguro teve noção da gravidade do problema.

Como estavam fazendo acompanhamento frequente naquela localidade, eles ficaram hospedados na casa de parentes da família, o casal Léo e Cacau, irmã de Cristiane. Quando Cristiane foi ao banheiro da casa, percebeu que o vaso sanitário havia "transbordado" com o sangue e liquido amniótico que saiu dela. Tentaram ligar para o SAMU mas como a mãe estava perdendo muito sangue rapidamente, resolveram pedir carona até o hospital em um carro particular de uma amiga, Ivaneide, que estava estacionado em um supermercado que ficava a aproximadamente 500 metros do local. Esse socorro foi crucial para salvar a vida da mãe e dos bebês, diz o pai.

Com os pastores Ernanes Moreira (esquerda) e Luis Teixeira (direita). (Foto: Rastro101)Com os pastores Ernanes Moreira (esquerda) e Luis Teixeira (direita). (Foto: Rastro101)

No hospital, os médicos falaram que Cristiane sofreu um deslocamento prematuro das placentas, e por conta disso sofreu uma hemorragia muito grave. Um médico disse que em 15 anos de profissão, nunca viu algo do tipo, pois nessas situações, nem todos os filhos sobrevivem, e muitas vezes, nem a própria mãe. Os médicos contaram para o pai que o parto foi muito delicado, mas também foi muito rápido - "Um milagre de Deus para nossas vidas", desabafa o pai.

Trigêmeos na casa dos avós. (Foto: Arquivo/família)Trigêmeos na casa dos avós. (Foto: Arquivo/família)Depois que nasceram, os bebês ficaram em incubadoras e precisavam ter uma alimentação especial, conhecida como alimentação parenteral, pois o sistema digestivo dos bebês prematuros não conseguem digerir o leite materno de modo adequado. Essa alimentação só estava disponível na capital, e aí começou outra luta para conseguir a transferência, que só poderia ser feita com uma UTI aérea.

"Foi milagre atrás de milagre", contou o pai. Nicole, a primeira que nasceu, precisou ser transferida às pressas para uma cirurgia em Salvador, por conta de problemas no sistema digestivo. A transferência, feita por uma UTI aérea, saiu em seguida, e assim que chegaram em Salvador, o médico disse que ela já não precisava fazer nenhuma cirurgia pois não havia nenhum problema. Para Olinto, este foi outro milagre.

Ela continuou em Salvador para prosseguir com a alimentação parenteral, mas durante este período, sofreu uma queda abrupta das plaquetas. O normal seriam 150 mil plaquetas por milímetro cúbico, mas o nível de plaquetas de Nicole caiu para apenas 7 mil. Desesperado, o pai buscou ajuda de amigos em Itapebi, Paulo "mão-de-quiabo", vereador no município de Itapebi, e do amigo André Carvalho. Eles conseguiram contato com um apresentador de TV local, que solicitou através do programa ao vivo, doação de plaquetas para a pequena Nicole. Não deu outra: no dia seguinte, dezenas de pessoas foram ao Hospital Roberto Santos fazer as doações de plaquetas para o bebê. "Pessoas que não nos conheciam doaram tantas plaquetas que foi suficiente e ainda sobrou", relatou o pai.

Ultrassom mostrando a festa dos trigêmeos na pequena barriga da mamãe. (Arquivo/família) Ultrassom mostrando a festa dos trigêmeos na pequena barriga da mamãe. (Arquivo/família)

Olinto, que é funcionário público em Itapebi, recebeu apoio do secretário de Saúde, Sidnei Teixeira, e do prefeito Francisco Brito e foi liberado para ficar o tempo que precisasse neste momento delicado com os filhos. Ainda hospedado em Salvador com a pequena Nicole, na casa do casal de amigos Nádia e José Neto, 40 dias depois de ter chegado com sua filha, Olinto recebeu o Nícolas, que também veio de UTI aérea para realizar os mesmos procedimentos de alimentação que a irmã estava passando. Durante o tratamento, ele também sofreu queda de plaquetas e o nível foi bem menor, chegando a 2 mil/mm³, mas desta vez o problema foi resolvido rapidamente, pois parte das plaquetas recebidas por Nicole em doação, sobrou, e foi o suficiente para ser usado em Nícolas.

Exame do pezinho dos trigêmeos. (Arquivo/família)Exame do pezinho dos trigêmeos. (Arquivo/família)

Os dois estavam prontos para voltar para Porto, e enquanto Olinto estava recebendo o documento de alta médica de Nicole, Nícolas precisou ser atendido às pressas por médicos em outra sala, pois havia sofrido uma parada respiratória. Nicole teve alta e um outro amigo de Olinto, o senhor “Tonhel”, pagou as passagens de avião para trazê-la de volta a Porto Seguro e depois seguir para Itagimirim. Nícolas teve que continuar internado em Salvador, e só teve alta 15 dias depois, até que todos finalmente se encontraram definitivamente.

Durante 4 anos de casamento, Olinto disse que usava preservativos pois sua esposa não podia tomar anticoncepcional. Eles decidiram ter um filho, e logo após a primeira tentativa, ela resolveu fazer uma ultrassonografia para ver como estava o útero. Ela ficou surpresa quando a médica disse que viu “quatro pontinhos”, e que ela poderia estar grávida de quadrigêmeos. Depois de uma ultrassonografia transvaginal foi constatada a presença de apenas três pontos, e a confirmação da gravidez foi feita alguns dias depois através de outro exame.

Bebês durante cerimônia de dedicação à Deus na igreja em que congregam. (Foto: Rastro101)Bebês durante cerimônia de dedicação à Deus na igreja em que congregam. (Foto: Rastro101)

"Cuidar de três filhos não é para qualquer um", declarou o pai (bocejando). Para cuidar dos bebês, o casal conta com a ajuda dos avós e tios. "Enquanto um consegue dormir, os outros dois acordam cheios de energia. Eles tomam uma média de 24 mamadeiras e usam quase 30 fraldas por dia”, contabilizou o pai.

Os bebês foram apresentados aos amigos e familiares no dia 03 de agosto, em um culto evangélico na Igreja Missionária Unida do Brasil, local onde congregam. Na ocasião foi feito a consagração e comemoração pela chegada dos bebês.

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