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Servidores da Funai relatam intimidação com ida de colombianos ao Vale do Javari

Dois homens se apresentaram como educadores que planejariam trabalhos em terras indígenas dupla fez questionamentos sobre mortes de Dom Phillips e Bruno Araújo

Rastro101
Com informações do site O Tempo

03/07/2022 por Redação

Divulgação/O TempoDivulgação/O TempoServidores do escritório regional da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Atalaia do Norte, no Amazonas, denunciaram às autoridades policiais uma visita suspeita de dois colombianos à repartição. O local é o mesmo onde o indigenista Bruno Araújo Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips foram assassinados no início do mês de junho. 

O caso veio a público neste sábado (02), por meio da agência independente de dados Fiquem Sabendo. A visita dos dois colombianos ocorreu nesta sexta-feira, mesma data em que um servidor da Funai registrou boletim de ocorrência denunciando o assunto. 

Aos policiais, ele afirmou que os homens chegaram ao escritório solicitando informações de procedimentos necessários para adentrar em terras indígenas. Os homens, conforme a denúncia, se apresentaram como dois educadores que vieram das cidades de Bogotá e Letícia para realizar trabalhos com indígenas na região do Vale do Javari, mas sem especificar em qual comunidade gostariam de ir.

Durante a conversa com os servidores, os homens não apresentaram documentos. Uma servidora relatou aos policiais que um dos colombianos estava com odor de bebida alcoólica. A dupla, que estava com trajes comuns como bermuda e regatas e tinham inúmeras tatuagens no corpo, pediu o mapa de terras indígenas da região e questionaram os servidores sobre qual teria sido a causa da morte de Bruno Araújo e Dom Phillips. 

Em relação a Phillips, os colombianos se referiram ao repórter como “jornalista inglês”. No momento em que foram questionados sobre os crimes contra o indigenista e o jornalista, os servidores relataram que se sentiram intimidados. Além do boletim de ocorrência, os servidores também enviaram um ofício ao Ministério da Justiça e Segurança Pública relatando a urgente necessidade de adoção de medidas que garantam a segurança e integridade física e psicológica dos servidores e funcionários desta Coordenação Regional do Vale do Javari. 

O documento enviado ao órgão do governo federal, os trabalhadores lotados do escritório da Funai ainda informaram que a dupla também solicitou informações na sede da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), onde foram atendidos a distância. Eles também se apresentaram como educadores e pediram informações sobre terras ocupadas por índios na região. 

Dentre as queixas feitas ao Ministério, os servidores denunciaram que há uma situação de insegurança após os assassinatos de Dom e Bruno e que nenhuma medida prática ainda fora tomada com vistas ao incremento de segurança desta equipe (escritório no Vale do Javari), o que se constata pela situação narrada de livre trânsito de pessoas suspeitas em suas instalações.

O ofício foi direcionado ao órgão também nesta sexta-feira. A reportagem questionou a pasta sobre o assunto, mas nenhum retorno foi emitido. 

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