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Indígenas abandonam protestos no Equador após acordo de redução do combustível

Manifestantes deixaram a capital do país na quinta-feira (30) depois de duas semanas de protestos

Rastro101
Com informações do site O Tempo

01/07/2022 por Redação

Divulgação/O TempoDivulgação/O TempoMilhares de manifestantes indígenas deixaram a capital do Equador na noite desta quinta-feira, após um acordo com o governo para reduzir os preços dos combustíveis e encerrar mais de duas semanas de protestos contra o alto custo de vida, que deixaram seis mortos.

O pacto, alcançado com a mediação da Igreja Católica, prevê uma redução total de 15 centavos por galão no preço do diesel e da gasolina, uma das principais exigências dos manifestantes. Uma vez que as novas cotações entrem em vigor, o galão do diesel custará 1,75 dólar, e o da gasolina, 2,45.

Iremos suspender os protestos, disse Leonidas Iza, presidente da poderosa Confederação de Nacionalidades Indígenas (Conaie), organização à frente dos protestos. O documento, que inclui o fim das mobilizações e o retorno gradual (dos manifestantes) aos territórios, foi assinado por Iza e pelo ministro do Governo (Casa Civil), Francisco Jiménez.

Com certeza estamos cansados, então chegou a hora de voltar para casa, declarou Iza diante de cerca de 4 mil indígenas que ocuparam a Casa da Cultura, um lugar simbólico para eles em Quito.

O pacto também prevê a revogação de um decreto para a entrega de novos campos petrolíferos e a reforma de outro para limitar a extração de minerais em territórios indígenas e zonas de proteção hídrica.

De acordo com a ata que assinamos, vamos suspender essa medida de fato, declarou Iza, confirmando o fim dos protestos com bloqueios de estradas em nível nacional, as mais longas já protagonizadas pela Conaie.

Ao deixar a capital, o líder foi saudado como herói, segundo vídeos divulgados pela organização. Enquanto isso, os aborígenes dissolveram os protestos e deixavam a cidade pacificamente em ônibus e caminhões, agitando bandeiras do Equador e dos povos originários.

O Executivo deve levantar o estado de exceção, que habilitou a presença de militares nas ruas de quatro províncias devido a atos violentos e ao desabastecimento devido aos protestos.

Caminhar para a reconciliação, pede ONU, no Equador

O escritório da ONU no Equador recebeu com satisfação o fim do protesto e manifestou que, para garantir a paz, é fundamental discutir a polarização e a exclusão e caminhar para a reconciliação.

Lasso, que assumiu o poder há 13 meses e se salvou de um processo de impeachment em meio à crise política, se manifestou no Twitter: Alcançamos o valor supremo que todos aspiramos: paz em nosso país.

Em seguida, em transmissão de rádio e TV,Lasso apontou: É o momento de curar feridas, de superar a divisão entre equatorianos e de nos unirmos em um objetivo comum, o de reconstruir o Equador. Vamos fazer do campo e da ruralidade uma prioridade nacional.”

A Conaie, que participou de revoltas que derrubaram três presidentes entre 1997 e 2005, disse no Twitter que em 90 dias irá avaliar o cumprimento dos acordos, que serão acompanhados por meio de uma mesa de diálogo.

Os protestos, com bloqueios de estradas e manifestações que levaram a confrontos com a força pública, deixam seis mortos, mais de 600 feridos, entre agentes e manifestantes, e cerca de 150 detidos, segundo várias fontes.

Os presentes expressam sua convicção sobre a importância do diálogo e do consenso (...) para a reconciliação nacional, disse o monsenhor Luis Cabrera, presidente da CEE.

O governo de Lasso suspendeu o diálogo na terça-feira, um dia após seu início, depois de acusar os manifestantes de um ataque a um comboio militar e policial, que deixou um policial morto e outros 12 feridos.

O Executivo decretou nesta quarta-feira estado de exceção em quatro das 24 províncias do país devido a atos violentos e o desabastecimento de alimentos, remédios, oxigênio para uso hospitalar e combustíveis.

O Equador estimou perdas de cerca de US$ 50 milhões por dia de manifestações, que também ameaçavam interromper a produção de petróleo.

(AFP)

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