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Indígenas rastreiam floresta a procura de pistas de Dom Phillips e Bruno Pereira

Cerca de 20 integrantes da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (UNIVAJA) fazem buscas em uma área do Atalaia do Norte, onde os desaparecidos foram vistos pela última vez

Rastro101
Com informações do site O Tempo

15/06/2022 por Redação

Divulgação/O TempoDivulgação/O TempoVárias canoas de madeira avançam silenciosamente por uma floresta inundada no Vale do Javari, como parte da operação com a qual os indígenas desta remota região da Amazônia brasileira esperam encontrar nas próximas horas ou dias pistas do paradeiro de Dom Phillips e Bruno Pereira.

Desde seu desaparecimento, em 5 de junho, cerca de 20 indígenas da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (UNIVAJA) rastreiam incansavelmente uma área do município de Atalaia do Norte, oeste do estado do Amazonas, onde o jornalista britânico Dom Phillips, de 57 anos, e o indigenista brasileiro Bruno Pereira, de 41, foram vistos pela última vez navegando o rio Itaquaí.

Trabalhamos de 6h às 18h, relata à AFP o engenheiro agrônomo Orlando de Moraes Possuelo, consultor da UNIVAJA e coordenador das buscas, às quais se somaram no dia seguinte a Polícia Federal e o Exército, entre outras forças de segurança, em meio a uma forte pressão internacional.  

A busca está sendo feita em canoas pequenas, de madeira, utilizando remos, não são canoas com motor, sobretudo nos igapós, área da floresta que alaga na época da cheia do rio, acrescentou.

Nas áreas não inundadas, os indígenas, de cinco etnias, rastreiam a pé caminhando sobre a terra enlameada, abrindo caminho com facões na vegetação densa que só permite vislumbrar o que está logo adiante.

Os trabalhos de busca nesta enorme região fronteiriça com o Peru e a Colômbia, onde vivem 19 grupos indígenas isolados e onde atuam narcotraficantes, madeireiros, garimpeiros e pescadores ilegais, não são nada fáceis, mas os indígenas confiam em que em breve terão resultado.

Especialmente depois que foram encontrados no domingo passado objetos pessoais dos desaparecidos, como roupas e calçados, que segundo os bombeiros estavam submersos perto da casa de Amarildo da Costa Oliveira, o Pelado, o primeiro detido por suposto envolvimento com o caso. A Polícia Federal anunciou na terça-feira a detenção de outro homem, que seria irmão de Amarildo.

Anteriormente, na região de buscas, a polícia encontrou rastro de sangue em um barco de Pelado e material aparentemente humano, que estão sendo analisados.

A gente já está encima aí do local (...) A gente acredita que nos próximos dias e nas próximas horas vamos (sic) encontrar o resto do equipamento, talvez a embarcação e provavelmente os corpos, explicou Possuelo, que perdeu a esperança de encontrar os dois homens com vida.

Possuelo acredita na possibilidade de que o desaparecimento de Phillips e Pereira tenha relação com a pesca ilegal de grandes peixes amazônicos, como o pirarucu, de grande valor de mercado. Pereira precisamente ajudava os indígenas a evitar essa pesca predatória, explicou. (AFP)

 

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