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Cúpula das Américas tem Biden e Bolsonaro, mas sem Cuba, Nicarágua e Venezuela

Uma das grandes prioridades do evento, que começa nesta segunda-feira (6), é a proposta de uma declaração em defesa da democracia e da proteção aos direitos humanos

Rastro101
Com informações do site O Tempo

06/06/2022 por Redação

Divulgação/O TempoDivulgação/O TempoComeça nesta segunda-feira (6) a Cúpula das Américas. O evento, que vai até quinta-feira (10), reunirá líderes de todo o continente, em Los Angeles, nos Estados Unidos.

O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PL), deve se reunir com o presidente norte-americano, Joe Biden. Será o primeiro encontro entre os dois, que se tornaram desafetos.

Por outro lado, a ausência de convites para Cuba, Nicarágua e Venezuela, foi confirmada na noite deste domingo (5). 

A decisão partiu do governo norte-americano e teria sido motivada por preocupações com os direitos humanos e a falta de democracia nos três países.

Uma das grandes prioridades da Cúpula das Américas neste ano é a proposta de uma declaração em defesa da democracia e da proteção aos direitos humanos.

O Brasil deve assinar o documento, apesar de orgainismos internacionais destacarem o enfraquecimento da democracia no país sob o governo de Jair Bolsonaro, que vive atacando as instituições democráticas e é um admirador da ditadura militar (1964-1985).

O veto do governo Biden a Cuba, Nicarágua e Venezuela tornou incerta a presença de outros líderes convidados por ele.

O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, disse que só participaria da reunião se todos os países do hemisfério ocidental fossem convidados.

Incômodo para Bolsonaro, meio-ambiente também é prioridade

Um dos temas que deve ser destaque nos encontros entre os representantes dos países é a preservação do meio-ambiente, motivo de divergência entre Biden e Bolsonaro, que foi um dos últimos líderes mundiais a reconhecer a vitória de Biden sobre Donald Trump nas eleições norte-americanas. 

Outros temas a serem discutidos no encontro bilateral estão comércio, investimentos, defesa, ciência e tecnologia, cooperação em fóruns regionais e multilaterais e mineração. 

Este último item está ligado aos fertilizantes, que ficaram mais caros e escassos por causa das sanções econômicas aplicadas à Rússia e à Bielorrússia, sua aliada, por causa da invasão da Ucrânia.

Bolsonaro vai estender viagem e seguirá para Orlando

Bolsonaro vai estender a viagem aos Estados Unidos para visitar Orlando, na Flórida, no próximo sábado (11). Lá, ele vai inaugurar a sede de um vice-consulado do Brasil e se encontrar com apoiadores.

A agenda detalhada do presidente brasileiro em Orlando ainda não foi confirmada. No mesmo dia da visita será realizado o 1º Congresso Conservador Brasileiro da Flórida. 

Bolsonaro deve se reunir com Daniel Silveira e Allan dos Santos

O evento, em uma churrascaria na mesma cidade, terá a presença do deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ), do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos e de Roberto Jefferson, presidente do PTB.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do presidente, gravou um vídeo de apoio ao encontro, organizado pelo grupo de direita Yes Brazil USA.

Jair Bolsonaro concedeu indulto a Silveira após o deputado ter sido condenado a 8 anos e 9 meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal — além de multa e perda dos direitos políticos. 

O parlamentar foi acusado de ameaçar integrantes da corte e enquadrado nos crimes de coação (uso de violência ou de ameaça para obter vantagem em processo judicial) e de incitação à tentativa de impedir o livre exercício dos Poderes.

Na semana passada, Bolsonaro disse que mal conhecia o deputado. Tenho pouco contato com Daniel. Sabia que era do Rio de Janeiro, cabo da PM, tinha suas posições, falou coisas que não gostaria de ouvir dele. Agora, nove anos de cadeia começando regime fechado, cassação de mandato, inelegibilidade e multa é abuso.

Já Allan dos Santos está foragido da Justiça brasileira. Ele vive nos EUA desde que virou alvo de apurações sobre fake news e ataques às instituições. Ele é investigado em dois inquéritos no STF —um para apurar disseminação de notícias falsas e outro para identificar quem financia essas ações e os atos antidemocráticos.

Em outubro, o ministro da corte Alexandre de Moraes determinou a prisão de Allan, pediu sua extradição e a inclusão de seu nome na lista de foragidos da Interpol.

A criação de um vice-consulado do Brasil em Orlando foi determinada em janeiro, por um decreto presidencial. A medida visa atender à grande população brasileira na região, que atualmente precisa ir até Miami para tratar de questões burocráticas, como a recuperação de passaporte.

Como presidente, Bolsonaro visitou a Flórida em março de 2020, dias antes do estouro da crise da pandemia. Na ocasião, jantou com o então presidente americano Donald Trump no resort de Mar-a-Lago e visitou Miami.

Durante a viagem, ele minimizou os riscos trazidos pelo coronavírus. Dias depois, sua comitiva registrou cerca de 20 infectados pela Covid-19. (Com AFP e Folhapress)

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