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Geada em Minas: Pesquisa da UFLA tenta descobrir como evitar perda em plantações

No ano passado, o fenômeno afetou 156,3 mil hectares de plantações e gerou prejuízo para 9,5 mil produtores

Rastro101
Com informações do site O Tempo

17/05/2022 por Redação

Divulgação/O TempoDivulgação/O TempoA onda de frio que chegou esta semana a Minas Gerais será acompanhada de geada, conforme o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), e revive o fantasma do prejuízo nas colheitas de café no Estado. No ano passado, o fenômeno afetou 156,3 mil hectares de plantações e gerou prejuízo para 9,5 mil produtores, de acordo com a Empresa de Assistência Técnica de Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG). As geadas devem ocorrer, em especial, entre quinta-feira (19) e sábado nas regiões Sul, Triângulo Mineiro, Campo das Vertentes e Zona da Mata.

O problema, que devasta as plantações anualmente, é foco de uma pesquisa desenvolvida em parceria entre a Universidade Federal de Lavras (UFLA) e o campus de Davis da Universidade da Califórnia (UC-Davis). O estudo, parte do doutorado de Gustavo Ferreira de Sousa, objetiva buscar formas de combater o problema com uso de selênio, elemento químico que faz parte da manutenção de outras culturas agrônomas.

O pesquisador explica que geadas provocam mudanças extremas nos provimentos de água, luz e temperatura para as plantas. “Entre as alternativas de combate a essas respostas fisiológicas negativas está a nutrição mineral. Inserimos determinados nutrientes ou elementos benéficos, que vão desempenhar funções específicas dentro da planta, e podemos manejar a concentração, a forma, e desenvolver técnicas que vão mitigar esses efeitos negativos do estresse”, pontua Ferreira de Sousa em nota à imprensa divulgada pela UFLA.

O uso de selênio nas culturas de café, apesar de ainda ser incipiente, demonstrou-se “visível e eficiente”, detalha professor da Escola de Ciências Agrárias de Lavras (Esal) da UFLA Luiz Roberto Guimarães Guilherme conta que foi muito visível a eficiência do selênio na planta. 

“Devido à experiência em outras culturas, já tínhamos a expectativa de que daria certo. Nossos estudos se concentram sobre o frio. Ao aplicarmos o selênio na planta, ele melhora o metabolismo, sobretudo aquele ligado ao conteúdo de açúcares na planta. Isso faz com que, ao chegar o frio, essas plantas sofram menos com problemas das geadas, continuando ativas e produzindo. Com esses estudos, vai ser possível levar essa tecnologia ao produtor e reduzir perdas e desperdícios”, disserta.

O estágio inicial da pesquisa, que usou câmaras com controle de temperatura, umidade e luminosidade para testar os efeitos do químico em mudas de café, foi realizado na universidade mineira. Agora, o doutorando está na Califórnia para completar os estudos. Nesta etapa, ele tenta entender como o uso do selênio funciona em culturas de café no litoral da costa do Oceano Pacífico, onde há temperaturas baixíssimas no inverno. O estudo na universidade norte-americana é feito em parceria com o estudante de pós-graduação Adriely Silva.

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