Divulgação/O TempoUm assessor da presidência ucraniana acusou nesta sexta-feira (22) o grupo francês de equipamentos de defesa Thales de contornar sanções e vender para a Rússia equipamentos usados para matar civis, alegações negadas pela empresa.
Uma família estava tentando escapar, mas foi morta por assassinos russos, tuitou o assessor presidencial Mikhailo Podoliak. Assassinada, como está sendo mostrado agora, com armas francesas vendidas burlando as sanções em 2015, acrescentou.
Contactado pela AFP, o grupo Thales, cujo maior acionista é o Estado francês, negou ter violado as sanções que foram impostas após a Rússia anexar em 2014 a península ucraniana da Crimeia.
A Thales sempre cumpriu rigorosamente as regulamentações francesas e internacionais, inclusive no que diz respeito às sanções europeias de 2014 contra a Rússia, disse.
Nenhum contrato de exportação de equipamentos de defesa foi assinado com a Rússia desde 2014 e nenhuma entrega foi realizada para a Rússia desde o início do conflito na Ucrânia, afirmou a empresa, que decidiu parar de operar na Rússia.
Em sua mensagem no Twitter, Podoliak reproduz o vídeo de um blogueiro ucraniano, Pavlo Kashchuk, em que ele analisa os danos causados a um carro em que foi encontrado o corpo de uma mulher assassinada em Bucha, perto de Kiev.
Como soldados russos mal treinados conseguiram atirar com tanta precisão com antigos equipamentos pós-soviéticos?, questionou Kashchuk.
O blogueiro disse que encontrou a resposta para essa pergunta na cidade vizinha de Vorzel, onde as forças ucranianas capturaram quatro veículos blindados BMD-4 da Rússia.
Segundo Kashchuk, esses veículos estavam equipados com sofisticados sistemas de controle de incêndio, tecnologia que havia sido vendida à Rússia pela Thales.
Em seu vídeo, o blogueiro também mostrou uma câmera térmica supostamente recuperada de um tanque russo abandonado. É possível ver o logotipo da Thales com a data 16/06 e as palavras made in Russia. Kashchuk disse que o dispositivo foi montado na Rússia com componentes da Thales.
Este é apenas um dos muitos esquemas que permitem às empresas francesas contornar o embargo, declarou. (AFP)