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Mãe de santo volta à delegacia pedir providências após novo ataque contra terreiro

Advogada diz que ações contra o centro religioso são típicas de ataque à fé e à dignidade do outro

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Radar64
16/02/2022 por RADAR64

Divulgação/Radar64Divulgação/Radar64

Após a série de ataques de cunho religioso contra o terreiro de candomblé Logun Edé, localizado no bairro Juca Rosa, zona Norte de Eunápolis, a mãe de santo Luziene Almeida Silva, de 69 anos, responsável pelo centro religioso, espera que as autoridades tomem providências para que os autores das agressões sejam identificados e punidos.


Luziene já havia feito boletim de ocorrência contra o ataque sofrido no último domingo (13) e, na manhã desta terça-feira (15), voltou à delegacia, acompanhada da advogada Janaína Panhossi, para registrar uma nova denúncia depois que o assentamento (local sagrado) em frente ao terreiro foi destruído, na noite de segunda-feira (14).


Segundo a advogada, as ações contra o centro religioso são típicas de ataque à fé e à dignidade do outro. “Vamos fornecer todos os dados necessários para que as autoridades procedam com as investigações e apurem e responsabilizem os autores das agressões”, adiantou.


A mãe de santo Luziene disse que deveria haver respeito por todas as religiões. “Eu não vou sair da minha casa, com meus filhos de santo, para agredir os fiéis de outras igrejas. Acredito que o pastor deveria saber orientar suas ovelhas, como ele chama os fiéis dele”, afirmou a ialorixá.


Desta vez, o assentamento (local onde são colocados elementos de proteção e culto) foi totalmente destruído.

ATAQUES – A série de atos de intolerância religiosa contra o terreiro começou na tarde de domingo. O centro, que funciona há 43 anos no mesmo local, recebia alguns filhos de santo e convidados- quando, por volta 15h, um grupo um grupo de aproximadamente 30 fiéis da Igreja Assembleia de Deus, localizada no mesmo bairro, parou na esquina e começou a pregar com o carro de som. Outro grupo foi para a frente do terreiro e tentou pisotear o assentamento.


A mãe de santo e os frequentadores do centro tentaram impedir que o local sagrado fosse violado e dizem ter sido agredidos pelos fiéis e pelo pastor.


As intimidações contra o terreiro continuaram na manhã de segunda-feira (14), quando uma carta manuscrita, contendo versículos bíblicos, foi deixada em frente ao centro.


Na noite de segunda-feira, o assentamento existente em frente ao imóvel onde funciona o centro religioso foi arrancado do local e totalmente destruído.


Por volta das 21h, ao saírem de uma cerimônia, a mãe de santo e os frequentadores notaram que o assentamento havia sido depredado, mas os agressores já haviam deixado o local.


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