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Marieta Severo lembra ditadura e diz que 'não há nada pior'

Em programa de TV, atriz lembra saída do país e afastamento da televisão em razão da censura a Chico Buarque e critica os que clamam pela volta do regime militar

Rastro101
Com informações do site O Tempo

26/12/2021 por Redação

Divulgação/O TempoDivulgação/O TempoA atriz Marieta Severo lembrou da censura no período da ditadura militar e da perseguição que fez com que ela e Chico Buarque, então casados, tivessem que deixar o país em 1969. As declarações foram dadas ao programa Altas Horas, da TV Globo, no qual ela enfatizou a razão pela qual ficou anos fora da televisão. Segundo Marieta, o motivo foi justamente a censura ao marido.

Isso foi há muito tempo. Era na época da ditadura. Essa época terrível que a gente espera que não volte nada semelhante, parecido. E existia uma censura, existia uma impossibilidade de Chico se apresentar na televisão e eu achava que não era justo eu me apresentar ele sendo censurado. Então, foi por isso só. Porque eu comecei na televisão. Eu estreei... Aliás, eu, no mesmo ano, há milênios, estreei no teatro, no cinema e na televisão. Eu comecei os três. Então, fiquei acho que uns 10 anos sem fazer televisão e o motivo foi esse. Não foi nenhuma opção profissional assim: quero fazer mais teatro, televisão. Eu adoro fazer o três, disse Marieta Severo.

A atriz lembrou de quando foi obrigada a deixar o país para que Chico Buarque não fosse preso e condenou o clamor de alguns pela volta do período da ditadura.

(Quando foi publicado o Ato Institucional nº 5, em 13 de dezembro de 1968) eu tinha acabado de fazer (a peça) Roda Viva aqui no Rio de Janeiro, aí Roda Viva foi para São Paulo e eu não pude ir. E estava grávida. Aconteceu foi isso. Aconteceu que nós saímos do Brasil em janeiro de 1969 para ficar apenas 20 dias e voltar, mas aí teve toda a história, Caetano (Veloso) foi preso, (Gilberto) Gil foi preso, a gente recebia muito recado de que se Chico voltasse a gente ia ser preso. E aí eu estava com um barrigão, e nós famlamos: bom, não vamos voltar. E aí Silvinha nasceu na Itália por causa disso. Ficamos mais de um ano lá, mais por causa desse período tenebroso. Alguns clamam de volta mas eu, com a minha experiência, a minha vivência de ter passado por esses perídoos todos, (posso dizer que) não há nada pior. É insuportável você não ter liberdade. É insuportável viver sem democracia, completou.

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