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Meninas siamesas de Itamaraju são separadas em cirurgia

Esta foi a 16ª separação de gêmeos siameses no Hospital Materno Infantil (HMI), em Goiânia

Redação com informações site Bahia Extremo Sul
14/01/2016 por Alessandro Granda, atualizado em 18/01/2016 às 13h01 por Redação

(Foto divulgação) (Foto divulgação)

A cirurgia de separação das gêmeas siamesas Júlia e Fernanda Neves nascidas em Itamaraju, foi um sucesso e não apresentou nenhuma intercorrência. O procedimento aconteceu no Hospital Materno Infantil (HMI), em Goiânia, e terminou por volta das 14h da última quarta-feira (13). As duas meninas compartilhavam do mesmo fígado e uma membrana do coração.

Conforme informações da assessoria de imprensa do hospital, a cirurgia, que durou cerca de 5h30, ocorreu em tempo recorde. "Nós conseguimos operá-las em um tempo breve. É um trabalho de equipe, e nós estamos junto desde 2000. Todos já conhecem o passo a passo do que pode ocorrer. A equipe é fundamental em uma cirurgia desse porte”, comemorou o cirurgião pediátrico Zacharias Calil.

Ainda segundo a assessoria do hospital informou que o estado de saúde das bebês inspira cuidados, porém estável. Elas estão internadas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Pediátrica do HMI e respiram com a ajuda de aparelhos. Não há previsão de alta. Conforme Zacharias, as gêmeas devem continuar respirando com aparelhos por pelo menos cinco dias.

Para Zacharias, a parte mais crítica da intervenção cirúrgica foi a separação do fígado, devido a sua espessura, o que demanda tempo e preocupação com o sangramento. "É um tempo que temos que tomar muita cautela. Mas o tempo cardíaco também é muito importante porque a membrana do coração é única e o procedimento exige uma exposição dos dois corações", avalia o pediatra.

O pediatra informou que é difícil prever os riscos de morte nesse período pós-operatório. "Geralmente o risco é de 50%. Mas elas também podem ter um desenvolvimento normal, ser adultas normais e gerar filhos", explica. Caso não haja complicações, as irmãs Júlia e Fernanda podem ter alta em até 20 dias.

O médico explica também que em caso de gêmeos siameses sempre existe uma dependência tanto física, quanto psicológica entre eles. "No caso delas, uma tinha o domínio físico e estava absorvendo praticamente todos os nutrientes. gora elas vão ter um desenvolvimento individualizado", finalizou.

O pai das crianças, Valdeni Neves comemora o sucesso da cirurgia de separação das gêmeas, que foram internadas na segunda-feira (11). "Eu estou muito emocionado e graças a Deus deu tudo certo. Agora é uma vida nova para a gente", disse durante coletiva.

Valdeni confessou ainda que não conseguiu segurar a emoção no momento que viu as filhas saindo da sala de cirurgia. "Ave Maria, eu pulei de alegria. A emoção é grande demais", desabafa.

Esta foi a 16ª separação de gêmeos siameses no HMI. A unidade é a única do Sistema Único de Saúde (SUS) apto a realizar a separação de siameses. O hospital já registrou 33 casos de siameses.

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