Crimes

Delegado explica reconstituição da morte de Claudia Silva Ferreira, no Rio

Objetivo é descobrir de onde partiu tiro. Auxiliar de serviços gerais foi arrastada em carro de polícia.

Do G1 Rio
03/04/2014 por Redação, atualizado em 13/04/2014 às 12h51 por Redação

Reconstituição do caso Claudia Silva Ferreira (Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDOReconstituição do caso Claudia Silva Ferreira (Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO

O delegado Carlos Henrique Machado, titular da 29 DP (Madureira) disse que o principal objetivo da reprodução desta quinta-feira (3) é saber de onde partiu o tiro que matou Claudia Silva Ferreira, baleada no dia 16 de março em uma operação da Polícia Militar no Morro da Congonha, em Madureira, Subúrbio do Rio, e arrastada pelo carro da corporação após ter sido socorrida. A previsão é que os trabalhes durem até a tarde desta quinta. Já o laudo da nova perícia deve levar 30 dias para sair.

"Hoje nós vamos realizar a reprodução simulada. Ela é uma ferramenta muito importante para esclarecer dúvidas até o fim do Inquérito. A maior parte da perícia já foi realizada e os laudos recebidos na delegacia. Mas ainda há divergência sobre de onde partiu o tiro que matou a Claudia Silva Ferreira. Estamos contando com todos os personagens que estavam no dia da operação; os 9 PMs, o Ronald que foi preso em flagrante e os familiares da Cláudia. Confrontando as versões, quero chegar a conclusão do inquérito. A gente vai ter que aguardar o laudo, em aproximadamente 30 dias teremos o resultado da perícia de hoje", afirmou o delegado.

Segundo Machado, o laudo do IML não apontou de qual tipo de arma o tiro teria sido disparado

"O ferimento não apresenta a vestígios típicos de qual arma seria. Neste momento, eu estou preocupado com o desenvolvimento da reprodução simulada. O principal ponto a ser esclarecido eu o local do confronto, mas toda ação daquele dia será reproduzido. Ate mesmo o resgate. Vamos fazer por partes, desde o ponto da incursão, de onde a troca do tiro aconteceu e partir dai vamos partir pro socorro e a saída da comunidade".

Reconstituição foi feita nesta quinta-feira (Foto:<br />
Reprodução / TV Globo)Reconstituição foi feita nesta quinta-feira (Foto:
Reprodução / TV Globo)
Policiais da 29ª DP (Madureira) fazem nesta quinta-feira (3) uma reconstituição da morte da auxiliar de serviços gerais Claudia Silva Ferreira,. Oito PMs que participaram da ação na comunidade foram intimados a fazer parte da reprodução simulada. Familiares da vítima e testemunhas também foram convocados. A Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) vai apoiar a reconstituição.

Claudia foi baleada por PMs quando descia a favela para comprar pão. Ela foi colocada por policiais militares no porta-malas da viatura, para ser levada, segundo a PM, ao Hospital Carlos Chagas, aonde chegou sem vida, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde. No meio do caminho, no entanto, porta-malas se abriu, a mulher ficou presa ao carro por um tecido da roupa e teve parte do corpo dilacerada ao ser arrastada pelo asfalto por cerca de 350 metros.

Três policiais chegaram a ser presos após a ação no Morro da Congonha, mas foram soltos dias depois. Dois deles têm, no histórico, registros de homicídios decorrentes de intervenção policial, segundo a Polícia Civil. O subtenente Adir Serrano Machado consta como autor em 13 homicídios; enquanto o subtenente Rodney Miguel Archanjo tem três registros de homicídio; e o sargento Alex Sandro da Silva Alves não possui nenhum registro como autor de mortes.

Um cinegrafista amador registrou o momento em que ela é arrastada (o vídeo foi divulgado pelo jornal "Extra") e, por conta disso, houve suspeita de que os ferimentos no asfalto poderiam ser a causa da morte. O laudo do Instituto Médico Legal (IML), no entanto, não respondeu se ela morreu na hora em que foi baleada ou no caminho do hospital.

O laudo do IML foi entregue na 29ª DP (Madureira). Os peritos afirmam que o tiro que a atingiu provocou uma lesão grave e que Cláudia morreu em poucos minutos. Mas os peritos não dizem em quantos minutos.

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