Justiça

Japonês que passou 46 anos no corredor da morte é libertado

Réu foi o que passou mais tempo no corredor da morte em todo o mundo. Tribunal revisou provas sobre assassinato múltiplo que o

Da EFE
28/03/2014 por Redação, atualizado em 28/03/2014 às 16h21 por Redação

Iwao Hakamada deixa Casa de Detenção em Tóquio após ser libertado devido às novas provas que reabriram seu julgamento (Foto: Reuters/Kyodo)Iwao Hakamada deixa Casa de Detenção em Tóquio após ser libertado devido às novas provas que reabriram seu julgamento (Foto: Reuters/Kyodo)

O japonês Iwao Hakamada, de 78 anos, foi libertado nesta quinta-feira (27) após passar 46 anos no corredor de morte. A soltura do réu, que se tornou o homem a ficar mais tempo no corredor da morte em todo o mundo, ocorreu depois que um tribunal decidiu revisar seu caso, levando em conta novas provas sobre o assassinato múltiplo pelo qual o japonês foi condenado.

Hakamada sofre de uma doença mental e não demonstrava qualquer expressão ao deixar a prisão em Tóquio. Ele foi recebido por sua irmã e por vários meios de comunicação.

Horas antes, o Tribunal do distrito de Shizuoka, no centro do país, anunciou que analisaria as últimas provas de DNA apresentadas pela defesa, que acredita poder demonstrar que o homem é inocente do crime, ocorrido em junho de 1966. Hakamada, então um boxeador, foi acusado de apunhalar até a morte o dono de uma pequena fábrica de missô (pasta tradicional da culinária japonesa usada principalmente em uma sopa chamada missoshiru) onde trabalhava, a mulher dele e seus dois filhos, e depois incendiar a casa da família. O japonês foi condenado à pena de morte em 1968.

Irmã do boxeador Iwao Hakamada, condenado à  morte mais velho do mundo (Foto: Kazuhiro Nogi/AFP)Irmã do boxeador Iwao Hakamada, condenado à  morte mais velho do mundo (Foto: Kazuhiro Nogi/AFP)

Ao decidir revisar o caso, o juiz responsável disse à agência de notícias Kyodo ser "injusto" manter o réu na prisão, ao considerar que "a possibilidade de sua inocência alcançou um grau considerável".

A emissora pública japonesa NHK, que retransmitiu ao vivo a saída de Hakamada da prisão, revelou que o condenado não recebe visitas há quase 4 anos por causa de seu delicado estado mental. Segundo um de seus advogados, quando ele foi avisado de que seria libertado, "pareceu entender, mas não expressou nenhuma alegria com a notícia".

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